O Rio de Janeiro continua...

Diego Mendonça, comentarista assíduo do blog, registra o impasse eleitoral do Rio de Janeiro. A continuidade de Cabral – Pezão; a insurgência de Lindberg Farias; a ameaça de Garotinho ou ascensão de Crivella. A expressão “estar no mato sem cachorro”creio aplicar-se aqui com precisão, porque a população carioca resta optar pelo menos pior ou por aquele que represente interesses menos nocivos. Não é fácil distingui-los no emaranhado em que estão envolvidos todos os candidatos. O mais novo deles, Lindberg, apoiado pelo PT, causou divisão ao apoio do candidato natural a sucessão de Cabral. Além disso, o candidato oriundo de movimentos estudantis, com lastro político, parece comprometido por sua administração à frente da prefeitura de Nova Iguaçu. Pesam contra ele acusações sérias de enriquecimento ilícito e desvio de verba pública das quais procura se defender. Substancialmente, a sua defesa como administrador deve passar pela avaliação de suas realizações como prefeito de Nova Iguaçu e o eleitor que optar por ele poderá, rapidamente, se quiser, investigar in loco, conversando com quem mora lá as realizações e trapalhadas do queridinho do Lula; Crivella não pode apagar de trás de si a ligação fortemente religiosa e comprometida com certo setor evangélico do qual saiu Bispo Rodrigues - chamuscado, ou queimado se preferirem por envolvimento em falcatruas. Crivella pode ser um sujeito bem intencionado, contudo, ninguém consegue afastar o fantasma de Edir Macedo, da Record e da Igreja Universal quando pensa no candidato. A laicização predominante na escolha de nossos agentes públicos é um milagre. Devemos nos perguntar – sem alarme – até quando isto perdurará, devido a crescente onda pentecostalista que assola o país. Garotinho teve a sua vez e não fez um bom governo. Todos sofreram com suas atuações. Talvez os professores possam falar bem mais do que eu sobre o que é a administração de Anthony. E as relações perigosas com Álvaro Lins, seu ex- chefe de Polícia. Não dá mais; é minha opinião. Cabral-Pezão, dupla dinâmica, alinhada ao prefeito Paes e ao governo federal, mesmo com a truculência e a política de paz armada, entre outros terrores, parecem representar o menos pior . A admissão de que Pezão é ainda uma escolha política para o Rio de Janeiro é a prova cabal do beco sem saída da representatividade. As instituições já deveriam estar sendo rediscutidas pela universidade e demais setores da sociedade para a busca de uma solução futura. Portanto, NÃO É O MEU VOTO, no primeiro instante, o candidato Pezão. VOTAREI EM UM NANICO,sim, em candidato de pouca representatividade junto às urnas. E em um segundo turno, praticarei, confissão infame, o voto útil. Não há uma liderança que me agrade com políticas adequadas para o Rio de Janeiro. Fernando Gabeira poderia ser o meu candidato, mas, hoje, é colunista d'O GLOBO, substituto de Caetano Veloso. Embora guarde uma diferença em relação a si mesmo e suas posições políticas dos anos oitenta para cá. A cidade continua partida, vigiada e açoitada. As populações mais pobres sofrem com a violência erradicada – das áreas nobres – e transplantada para as regiões pobres. A perspectiva não é boa. Resta-nos acreditar no que resta. O que resta? É difícil a resposta.

Comentários

Unknown disse…
O senhor acaba de faz um "milagre". Um dos mais espetaculares: o da ressureição. O temor da vitória daquele trio cegou-me para os outros concorrentes.Eu já nem contava com o Pezão na disputa. Realmente a vitória do indicado por Cabral pode ser menos catastrófica. Afinal, em dois mandatos estamos vivos e fico por aqui torcendo para que nenhum marqueteiro leia o blogue do senhor e porventura utilize essa idéia para amedontrar as massas.

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