NA PEQUENA ÁREA

Caro Milton Neves,

Como sujeito equilibrado sabe que o melhor é seguir o conselho da oração de São Francisco: "Compreender mais do que ser compreendido". E Datena, mais tarde, escutando as gravações do programa da Rádio Bandeirantes, se dará conta de que nada que desabonasse sua conduta foi veiculado. E nenhuma insinuação maldosa deu-se nos comentários sobre o período do apresentador no Paraná. Aliás, como reza a atitude evocada aqui,em nome da amizade e longo convívio de vocês dois, que o acerto entre vocês seja celebrado com uma fotografia publicada aqui no blogue. Mudando o assunto, rapidamente, Milton. A convocação de Dunga foi considerada boa pela maior parte dos comentaristas esportivos. E uma profusão de meio-campistas surgiu na listagem, inclusive Elias - mais uma vez. Não seria a hora de PH Ganso? Pelo futebol que vem mostrando no tricolor paulista, creio que não tardará para o meia-armador vestir a amarelinha. O que acha? Um abraço


Caro Milton Neves,

Em meus pequenos comentários, procuro dar qualidade ao espaço de interação com o público no sítio mais festejado do futebol brasileiro. Reina a democracia nos comentários, além do bom humor. Os participantes alegram-se por estarem tão próximos de um ídolo, tão humano. A receptividade flagrante, a inteligência e o dinamismo representam um ponto forte. Eu gostaria muito de emplacar o Na Pequena Área em um jornal ou blogue. E, se isto não for comprometê-lo, gostaria de lhe pedir uma carta de indicação - esta pode ser enviada para o meu email. Na carta, apenas ateste o valor dos meus comentários e interações. Na carta, ateste que é boa minha escrita em 960 caracteres e minha visão sobre futebol, se assim julgá-la. É um pedido. Com este favor, que me dará por certo visibilidade, enviarei aos organismos de imprensa que tratam de esportes para ver o projeto encontra um lugar e algum dinheiro para pagar minhas contas e remédios.



Caro Milton Neves,

A equipe do Cruzeiro, sob comando de Marcelo de Oliveira, tem impressionado bastante os aficionados por futebol. A marca de um futebol ofensivo, sem descuidar de uma boa defesa, o esquema tático e a presença de jogadores de grande qualidade nas laterais, no meio- campo e na defesa, tornam o Cruzeiro um candidato sério para o título. Marcelo de Oliveira, em entrevista, diz que herdou de Telê Santana toda sua visão de futebol, incluindo a concepção do rápido toque de bola, da marcação no campo adversário e da cobrança pela qualidade técnica dos jogadores. Os dois cruzeirenses convocados - Everton Ribeiro e Ricardo Goulart - são ótimos indicativos para o nosso futebol repleto de esqualidez. Além dele, creio, outros devem surgir. No entanto, há uma tendência para se desprezar a observação de atletas fora do eixo Rio-São Paulo. Podem surgir surpresas. Siloé, alguém lembra dele? E o próprio Walter, ex- Goiás, é um exemplo .

Caro Milton Neves,

A maré não está para peixe. O trocadilho infame chama a atenção sobre os desastres nos resultados do time do Santos. Osvaldo, ex- técnico do Botafogo, declarou que gostaria de ter no elenco jogadores do nível de Kaká, Ganso e Pato. Embora tenha ressaltado de que os atletas de sua equipe sejam obedientes, sigam o esquema tático, cumpram as ordens, ele se ressente da ausência de talentos individuais como estes apontados acima. Parece uma crise que não pode ser resolvida apenas dentro de campo, mas por toda comissão técnica e diretoria. O time do Santos precisa sofrer uma reformulação, talvez voltar-se para a base, promover um reencontro fecundo com suas raízes e desvincular-se das transações transnacionais. Robinho, embora, hoje, um jogador mediano, não pode ser percebido como salvador da pátria. Ele é apenas um em campo. O coro desesperançoso e desesperado do técnico Osvaldo é endossado pelo arqueiro do time.


Caro Milton Neves,

O bordão " O Fred vai te pegar" parece ter reencontrado sentido pela última atuação do centroavante do Fluminense. O adversário não ofereceu grande resistência. O placar, elástico, permite, depois das péssimas exibições e o ataque da torcida, ao elenco colocar a cabeça no travesseiro sem se preocupar com a hostilidade. Fred sofre, ainda, com a atuação pífia da Copa. Talvez, mesmo com excelentes atuações no campeonato do centroavante - é uma hipótese - a impressão não se dilua. Luiz Felipe Scolari, em entrevista, reprovou jornalistas pela crucificação do atleta e reafirmou que a culpa dos 10 x 1 é exclusivamente dele. Scolari esquece que técnico não entra em campo. Ninguém esquecerá o resultado. E os atletas, mesmo que conquistem a Copa na Rússia, quando exibirem as mãos terão nelas o estigma de uma derrota tão inacreditável. O importante é que Fred voltou a jogar. Na Copa, Scolari deveria tê-lo poupado, não o fez.


Caro Milton Neves,

Inventei, aqui, em 960 caracteres, o NA PEQUENA ÁREA. Pretendo ampliá-lo, levá-lo como proposta a outros portais, conciliá-lo em minha agenda profissional, tirá-lo de um diletantismo, elevando-o à categoria de uma arte em uma pequena lasca de texto. Espero ser considerado em meu pedido, já postado. Agora, uma pergunta, não só a você, Milton, mas a todos os nossos participantes, a derrota de 10 x 1 já surte efeito sobre o nosso futebol? É possível perceber avanços tanto dos jogadores quanto dos técnicos? Qual é a principal diferença, se, de fato, alguma mudança de operou? Ou ainda é preciso mais tempo para a realização de uma diagnóstico? A imprensa esportiva, agora uma impressão pessoal, está mais comedida. Antes, jogadores chamados de gênios por ela são observados com maior critério. Quem são os técnicos, atuantes, que mostram uma nova perspectiva de jogo? Estou à espreita. Marcelo de Oliveira, por motivos óbvios...


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