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Mostrando postagens de junho, 2009

Sobre Antônio Fraga

Estação de Queimados. Lugares impróprios para um menor. Definição: pacata e tensa. Bairro Carmorim, chapa quente. Sempre de role. Sempre à toa. Minha arma à tiracolo: William Saroyan. Todo carcomido. Presente do Flamínio. Ex- livreiro da livraria Dantes. A mente esvaziada pelas palavras e a fumaça, bombas explodindo, acendendo mil lâmpadas no meu cérebro, excursão nas tardes insones que topam com o bonde e um dia, em uma esquina um coroa com um monte de quinquilharias. Desenhos e pinturas. Alguns realizados com esferográfica ou guache. Coroa seco, meio careca, com olhar de ver a gente por baixo, investigando, devia ter um metro e sessenta e oito ou setenta. A velhice encolhe as pessoas, ele vaticinava. Rolei uma idéia longa. Era doido, mas lido. Tanto ele quanto eu. Doido, lido e vivido. Época : 1990. Eu disse que escrevia. Ele também. Sacou um caderno desses escolar, pequeno, amassado do bolso detrás da calça de brim sei lá azul ou preta. Uma sandália de malandro,arrasta pés. Como se

Acenos de Um Mar Distante

Caros Amigos Leitores, Estou ocupado com minha mais nova publicação: Cosmorama. Já havia anunciado aqui sobre a existência desses poemas escritos ao longo do tempo, sempre entrelaçando minha paixão por minha mulher com conceitos colhidos no mundo Duas naturezas entrecruzadas nesse amor: a vegetal e a sensual. O resultado é que estou me apressando para aprontar o livro para lançá-lo na FLIP. A edição ficará por conta da editora Paradoxo em um novo título de uma coleção guardada às sete chaves, preparando o retorno de Delfin como editor. Fora a categoria do trabalho visual, o formato será próximo ao das Edições Marginais da década de 70. O livro terá por volta de 40 a 50 páginas, grampeado, com prefácio de Leonardo Fróes e posfácio de Reynaldo Valinho Alvarez. Participo de um concurso de poesia em terras portuguesas. A premiação é a edição do livro. E estou negociando um título com a Dulcinéia Catadora, esperando a aprovação. Abraços a todos.

Fiquem de Olho!

Minha mulher, Aurea, resolveu dividir com o público suas impressões sobre a leitura de obras dramatúrgicas. Criou um blogue e está iniciando os trabalhos no endereço abaixo: www.meublogdeteatro.blogspot.com Confiram, porque vale a pena.

Michael Jackson 1958 - 2009

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A morte do astro pop fez por ele aquilo que a turnê realizaria em longo prazo: aumentar suas vendagens e livrá-lo – agora aos seus herdeiros – de suas dívidas. A carreira de Michael Jackson começou no conjunto The Jackson Five, ao lado de seus irmãos e sob a severa vigilância de seu pai que não queria perder o controle de sua ave dos ovos de ouro. Logo o grupo se tornou um sucesso, assinando contrato com a Motown – conhecida ter agenciado nomes como Ray Charles entre outros. Michael Jackson teve uma vida pessoal atribulada, cercada por fantasmas familiares. Acredita-se que a tirania que o pai exercia com toda a família tenha sido a responsável pelos desajustes que viriam a ocorrer na vida do cantor, compositor e dançarino. Inclusive, levando-o ao paroxismo máximo: negar a própria cor. Esta atitude – por mais ingênua que possa parecer – informa como o interior do astro se relacionava com sua posição étnica e social. A transformação radical por que passou, gerou polêmicas, ajudou a acirr

Violência Contra a Mulher

No blog Mães em Rede hospedado pelo Globo on line ( link abaixo) li apostagem Testemunhas da Violência que me perturbou profundamente. A questão da violência contra a mulher é um fato que não pode ser contornado na sociedade moderna, com difícil solução pela imposição do silêncio, da vergonha e do medo que as próprias mulheres enfrentam ao tentar denunciar. Porque confiam na regeneração do companheiro não tomam a atitude correta. Mas as mulheres não estão apenas do lado das vítimas. Nessa postagem de autoria de Elis Monteiro, mostra que existe uma reação - má reação, ou única - que carrega as mulheres para a marginalidade quando imitam o comportamento do seu perseguidor. Inflingindo sofrimento e dor aos que estão a sua volta, violentando e corroborando a vil lei tácita de que se homem bate e mulher apanha, mulher também pode bater. Contra toda e qualquer violência, seja de que natureza for, este blogue e seu autor repugnam. Escrevi um soneto sobre isso que lendo o relato abaixo parece

Lembrança da casa

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Ilha parada no centro Ancorada na carne da cidade, Desfeita pelos olhos: Dentro do poema Da própria voragem.

Ao Modo de Dalton Trevisan

A boca entupida de sacanagens. - Vamô amorzinho, vamô... A nota de dez reais amassada, enfiada no sutiã. - Pode ser ali, naquela árvore, não pode? Ela se encostou levantando a saia. - Seja rápido, pelo amor de Deus. E não me suja muito.

O Convalescente e seu cão

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Em meu período de recuperação com meu auxiliar de enfermagem Menelau.

Retiro

Não tenho atualizado o blogue por motivos de saúde.As novidades existem, mas compartilhá-las é que está meio complicado. Estava com uma gripe que me acompanhava por um mês – pelo menos. Não dava importância à presença dessa indesejada, recorrendo à medicação de farmácia e comprimidos que me aliviavam temporariamente. A tosse apareceu. Acompanhada de secreção. Congestão nasal e pimba! Sinusite aguda. Novamente curandeirismo de farmácia, repete-se a série de irresponsabilidades, melhoria aparente e catibum – principio de pneumonia. Desta vez fui ao médico. Bati umas quatro chapas. Constata-se a presença desagradável e antibiótico no menino. Nessa hora um vilão aparece. Um xarope. Altamente tóxico. Você leu a bula? Nem eu. Mandei as doses recomendadas. Senti o volume de o meu fígado aumentar. Inchaço na região correspondente. Volta ao médico. Este outro. Dando graças a deus a minha interrupção com o medicamento. Perguntou como eu suspeitei. Disse a ele que passo cinco minutos me observand

Trecho do Mojo Books Racional - Esgotado

" XV Nas rádios, uma ou outra faixa justificava o esforço da gravação. Todas as emissoras se negavam a tocar até mesmo as mais comerciais. Uma noite minha bolsa estourou. Tivemos de nos mandar depressinha para o hospital. Era uma madrugada fria. As pessoas voltavam lentamente para as suas casas. Não se esperava problemas. Quando Arnaldo parou num sinal, perto do hospital, percebeu que alguém nos olhava. Um homem, obviamente do grupo de Bem, nos reconheceu e partiu em nossa direção. Arnaldo subiu os vidros. O cara começou a espancar a porta e a gritar coisas confusas. O sinal demorou a abrir. Arnaldo perdeu a paciência. Desceu do carro e esmurrou o cara."