Eleições presidenciais: Marina Silva, um impasse

Eduardo Campos, fora do jogo eleitoral, devido a morte em acidente aéreo, Marina Silva é a nova candidata à presidência do PSB. E o vice será Beto Albuquerque, deputado federal pertencente à sigla, com discreta atuação no cenário político, é alçado a protagonista de um processo que poderá modificar o país, promovendo, responsavelmente, a alternância de poder a um partido saudável – do ponto de vista do liberalismo, com moderado apetite sobre as nossas instituições e moderado a respeito do modelo de desenvolvimento econômico. Parece pouco, mas é o que o Brasil precisa: acertar sua política externa, o inchaço de sua máquina pública, reequilibrar os indicadores de economia, rever as taxas de importação e exportação, além de moralizar as empresas fomentadoras de crescimento social e econômico (BNDES e Petrobras). Marina Silva é uma candidata com forte pleito para o segundo turno, deverá, por ser evangélica, cercar-se de assessores para pautar sua ação para não afastar uma ala progressista que poderá por a perder o processo, apoiando o candidato Aécio Neves que representa a laicização do Estado mais do que a candidata que já sofreu,anteriormente, um bombardeio por alinhar-se à bancada religiosa para obtenção de votos. O rompimento se deu quando Marina Silva, em uma atitude responsável, em relação a questão do aborto declarou que realizaria um plebiscito,consultando a população sobre o que fazer. Aécio Neves deve preocupar-se com a ascensão de Marina Silva, porque poderá ir para o terceiro lugar na pesquisa de intenção de voto. Eduardo Campos contava com certa antipatia junto a um eleitorado ecológico devido ao uso da energia nuclear, além de ter semelhança ao candidato do PSDB em determinadas diretrizes, apesar de diferenças de abordagem a respeito de atuação separassem-nos. O próprio PSB, em sua plataforma, difere, fundamentalmente, pouco, do PSDB, embora tenha maior reverência às instituições do país -, sem a sanha por privatizá-las, mas saneá-las. Tornando-as funcionais e moralizadas. Meu voto será de Marina Silva, mas o Pastor Everaldo mostrou-se um candidato que pode atrapalhar a corrida presidencial com suas propostas, a retirada do Estado da gestão pública e a implantação da gestão privada, ou seja, a privatização. Este deveria apoiar Aécio Neves, porque está é a cartilha do PSDB copiada pelo PSC. O Pastor Everaldo é uma preocupação mínima, porque não possui assessoria e apoios – ainda – que o pudessem transformar em uma ameaça real e maior. O Brasil precisa de um segundo turno para que o povo demonstre sua insatisfação com um governo tornado tão nocivo quanto a direita. Embora não concorde com as afirmações histéricas de uma ditadura da esquerda, as distorções existem. E a própria presidente Dilma em sua entrevista ao Jornal Nacional parece não vê-las como negativas. Isto pode ser sentido quando foi questionada sobre os integrantes do esquema do Mensalão e sobre o próprio partido, apenas reforçou que nem todos eram culpados como a imprensa fizera crer. Uma presidente que coloca acima de si – e da ética – o julgamento sobre ações julgadas e condenadas pelo Supremo não merece ter outro mandato. Marina Silva precisa adequar-se – esta seria a palavra correta – às exigências de um eleitorado laico para sua campanha ter sucesso completo.  

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