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Mostrando postagens de outubro, 2014

Em uma conversa sobre Marina Silva

"Marina [Silva] não agrediu. Em um vale tudo, as eleições,  ela inventou regras de comportamento, foi ética. Embora forte. O eleitorado  quer um César, sempre. Mesmo que depois ele seja brutalmente traído".

Segundo Turno 2014

Marina Silva, candidata do PSB à presidência, parecia uma solução dentro da política praticada no país. O malogro da campanha representado nas pesquisas após o último debate realizado na rede Globo parece ter influenciado o eleitorado, negativamente. Os motivos para a queda de desempenho de Marina Silva são muitos, contudo, apesar da insistência na fragilidade da candidata, o que me pareceu comprometê-la foi o compromisso com um campanha ética, propositiva e pacifica. Embora muitos setores tenham apontado inconsistências no programa de governo proposto pela candidata, havia, mesmo com contradições, uma plataforma para o país. Dilma e Aécio Neves, apresentaram as linhas gerais do que pretendiam para o país, respectivamente, quarenta e duas páginas em forma de discurso a candidata à reeleição pelo PT e quase oitenta páginas do candidato do PSDB. Enquanto que o programa de Marina Silva tinha, por volta, de duzentos e trinta páginas. Todos os programas foram registrados no TSE, portant

Novo Jornalismo

A modalidade jornalismo literário é minha obsessão. Talvez se o tivesse conhecido antes me tornasse um jornalista, embora não seja encorajada sua prática nas redações dos principais jornais do país, algumas revistas constituem o graal perseguido por muitos dos admiradores do gênero. A revista Realidade , por exemplo, espantosa, é um referencial, mesmo extinta. Joel Silveira, um amigo, praticante do new jornalism, antes mesmo que os americanos o inventassem, possuía uma habilidade incomum com o texto. Aliava a objetividade da apuração jornalística à inventividade literária, sem esquecer a ironia corrosiva. Os nacionalistas creem que o inventor do gênero foi um brasileiro: Euclides da Cunha. A cobertura jornalística da Campanha de Canudos culminará com a escrita d' Os Sertões, um livro reportagem que excede em muito a própria definição devido ao gênio de seu autor. Hiroshima, de John Hersey e A Luta, de Norman Mailer representam meus clássicos estrangeiros sobre o gênero. No Bra

Castelinho

Embora não poupe elogios a Joel Silveira e toda sua obra jornalistica, minhas crônicas políticas foram escritas sob impulso da leitura dos textos de Castelinho. Carlos Castello Branco, piauiense, foi membro da Academia Brasileira de Letras, tornou-se referência, no Brasil, com sua obra voltada para análise política. Meu livro Cidade Tomada é dedicado a Castelinho, embora não traga seu nome no frontispício. A renúncia de Jânio, um depoimento é uma das obras de Castelinho que costumo reler com atenção. Além desse, Continhos brasileiros e outros contos. Um sítio muito completo para se conhecer o trabalho de Castelinho – aliás foi nele que li a maior parte das crônicas – é esse: http://www.carloscastellobranco.com.br/index.php . Hoje, Castelinho não é muito conhecido, mas a visita ao sítio promete restaurá-lo, um comentarista do poder e suas idiossincrasias. É a minha confissão – invejá-lo permanentemente. A limpeza do texto, o raciocínio repleto de clareza e a agudeza das observações