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Mostrando postagens de janeiro, 2015

Foxcatcher, o filme

Foxcatcher, de Bennett Miller, baseado no assassinato cometido pelo milionário norte-americano John Du Pont de um lutador medalhista olímpico, Dave Schultz, é um filme cujo centro é o deslocamento. Mark Ruffalo interpreta Dave Schultz, irmão mais velho e treinador de Mark Schultz, defendido por Channig Tatum. Se Ruffalo, um ator notabilizado por papéis em comédias românticas, ultimamente marcado por sua presença em Os Vingadores como Hulk, lembrado pela retirada de apoio à Marina Silva devido ao veto da candidata ao casamento gay, na última campanha presidencial brasileira, no filme assume outra tônica interpretativa surpreendente. Channing Tatum, um ator de filmes de ação, estreia o típico O Destino de Júpiter , onde elementos de sua familiaridade marcam presença, porém, como Mark Ruffalo, está desviado, em  Foxcatcher , de sua   primeira   natureza,  acrescido da carga dramática do papel: um campeão olímpico  de luta-livre   sem perspectivas. A atuação de Tatum lembra a de Sylves

Dilma e as medidas provisórias

A Central Única dos Trabalhadores em ato na Central do Brasil protestava contra as medidas provisórias 664 e 665 sancionadas em 30 de dezembro de 2014 pela Presidência da República; acusavam-nas de lesivas aos trabalhadores de baixa renda. Equivocadamente evocavam a figura do ministro da Fazenda Joaquim Levy como culpado pela decisão da política econômica, mas, verificado o documento, se percebe a assinatura de Guido Mantega, o seu antecessor na pasta ministerial. A CUT não imaginava que para o equilíbrio das contas públicas as medidas afetariam ao trabalhador? O ato realizado pretendia a revogação das medidas provisórias, por representarem um atentado à legislação trabalhista brasileira. Nos inúmeros discursos, durante o período de manifestação, soara um alerta aos participantes: o provisório pode se tornar permanente. A candidatura de Arlindo Chinaglia (PT)  à presidência do Congresso, criticada durante o ato, torna a ameaça maior. Seria Eduardo Cunha (PMDB) uma alternativa para in

Crise Hídrica Paulista

Apenas 10% do volume hídrico de São Paulo era destinado à população. O restante destinava-se ao beneficiamento industrial e ao agronegócio. A imprensa, embora crítica ao governador Geraldo Alckmin, culpabiliza o usuário comum, elevando-o ao status de inimigo público, aderindo à cortina de fumaça forjada pelos tucanos para a proteção dos apaniguados - os responsáveis pelos fundos de campanha,isto é, os empresários; os verdadeiros depauperadores dos recursos minerais paulistas. A maior parte da população, manietada pela imprensa, atenta apenas a SABESP, descuida da vigilância real, trocando-a por uma descarga de tensão momentânea e insatisfatória[dirigindo a esfera estadual insultos pela ingerência, nesse quesito tanto a esfera estadual quanto federal demonstram incompetência completa], sem cobrar das autoridades que os verdadeiros vilões sejam punidos. O rodízio previamente anunciado - em cenário extremo -, será de cinco dias sem água e dois com uma quantidade ínfima servindo à pop

Chico Xavier e a Ditadura Militar

Chico Xavier e a Ditadura Militar Durante a década de 70, Chico Xavier, figura proeminente do espiritismo no Brasil, submeteu-se ao programa de perguntas e respostas chamado Pinga-Fogo. Lá respondera a inúmeros interrogatórios acerca da vida além-túmulo, entre outros de caráter generalista. O médium,sempre tranquilo e bom disposto, discorreu, auxiliado por seus benfeitores espirituais e,também, por Emanuel – o principal deles -, espírito que o acompanharia mais constantemente, respondeu sobre regime político-social, à época: a Contrarrevolução de 64. Na explanação, o médium de Uberaba, fez notar seu posicionamento – e também dos espíritos, por que não dizer – sobre o Golpe Militar e os seus comandantes. Uma linha revisionista, até mesmo de bons espíritas, negam veementemente a adesão de Chico Xavier à truculência do regime, não apenas a sua fala (conferir o vídeo abaixo) como seu conteúdo; não desejam identificar o espiritismo a uma corrente ideológica conservadora. No entanto,

Je suis Charlie Hebdo?

    Charlie Hebdo blasfemava contra todas as religiões.  Nenhuma possuía hegemonia;todas eram tratadas como Marx e Lenin queriam dentro do materialismo histórico.O primeiro as chamava de aguardente ;e o segundo, de ópio. A revista era de esquerda e não possuía patrocinadores. Portanto, os editores infamavam, porque o sensacionalismo vende exemplares nas bancas -, a advertência da bomba de 2011 deveria ter levado ao pensamento sobre a ética jornalística e o que estava sendo atingido como também o poder reativo do alvejado.          Em entrevista, o editor Charb afirmou que não obedecia a Maomé, mas às leis francesas. E as leis francesas de que tanto se orgulhava causaram massacres em um passado colonialista. A liberdade era para poucos.          Em uma sociedade do espetáculo vale tudo mesmo para se estar no centro dela? Hoje muitos são Charlie Hebdo, mas contra a declaração do humorista Renato Aragão de que nordestinos e negros não ligavam às piadas veiculadas no programa humo