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Mostrando postagens de abril, 2015

Quarteto Fantástico 2015 ou Mississippi em Chamas

Os conflitos em Baltimore acabam por ter mais aliados ao lado da polícia do que dos negros. A refilmagem de O Quarteto Fantástico, com um ator negro no papel de Tocha Humana é de mau gosto. Em um país em que as questões raciais representam uma linha de tensão até hoje, mesmo após a segregação racial ou a eleição de Obama ou ainda, se observarmos mais longe, A Guerra de Secessão, fazer com que um negro entre em combustão espontaneamente parece uma apologia disfarçada das forças retrógradas encarnadas em instituições como a Ku Klux Klan. O diretor poderia tê-lo aproveitado, ao reformular o quarteto, como Reed Richards, emprestando – simbolicamente – maleabilidade e um novo status ao personagem – são poucos os cientistas negros nos filmes ou  nos quadrinhos. A maioria dos personagens afrodescendentes estão entre militares - nunca realizei levantamento de patentes; Nick Fury, na franquia dos Vingadores ( o filme) , é uma exceção honrada - ou marginais que às vezes optam pelo bem. O d

Torneamento estilístico

Relia Uma Vida em Segredo, de Autran Dourado, quando, em visita, recebo em casa o leitor X. Ele,que não quer ter revelada a identidade, apesar de frequente em minha timeline, reclamava sobre a perda estilística em muitos autores contemporâneos e,como prova, apresentou-me um romance premiado em afamado concurso nacional, tomou de um trecho, submetendo-o ao meu crivo. Antes, lamentei,porque dois ou três escritores corretos haviam sido revelados, paralisando - me em meu julgamento. Meu amigo X , em minha hesitação, percebeu um afrouxamento crítico - o que é falso quando se me conhece a fundo. Estabelecemos uma conversa comparativa entre o fraseado de Autran Dourado na obra referida - evito o palavreado torneamento estilístico - e o romance premiado. Apontei um dos três autores ganhadores,sem constrangimento, que me impressionara: Sérgio Tavares​. E os outros dois que participavam de minha expectativa pósitiva: André de Leones e Luisa Geisler​. X,surpreso com meus bons exemplos,

Apontamentos

A proibição do uso de água para lavagem de calçada, em São Paulo, para impedir o desperdício parece uma medida, em tempos de escassez, proibitiva para indivíduos atingidos pela imaturidade advertidos por um bedel sobre o uso abusivo de um recurso finito. Talvez o maior problema gerado pela proibição seja a fiscalização. Se as campanhas conscientizadoras refletissem resultados, a medida não seria tomada como o foi. Moro está na mira dos petistas. Joaquim Barbosa, em outra circunstância, também esteve. A coação e a intimidação por parte dos integrantes do governo está apenas começando. O número de leitores estrangeiros cresce exponencialmente, sem a revelação da identidade dos frequentadores, resta suposições. Algumas, como a apontada anteriormente, de que redações de revistas americanas e inglesas monitorem a movimentação de ideias do blogue não é absurda. Nos últimos dois dias realizei a leitura de dois títulos da Série Essencial, publicada pela Academia Brasileira de Letras, sobre ac

Tempos Bicudos

As eleições de 2018 estão longe demais para assegurar um desfecho em relação a corrida presidencial. Em um exercício, podemos arriscar, se o senso comum for o guia, que o PSDB ascenderá diante da despersonalização petista. O certame entre os partidos se daria com a vitória de um candidato tucano: Aécio, Serra ou Alckmin, certo? Errado; em parte pelo menos. A possibilidade do surgimento de uma chapa que agregue peemedebistas e petistas não pode ser descartada. A intenção de permanência no poder não pode ser afetada pela vaidade se sentar na cadeira presidencial – a principal – , mas, ela pode ser satisfeita com os arredores – ministérios - ,além da própria vice-presidência, papel encarnado, hoje, pelo PMDB. Em muitos veículos jornalísticos, os formadores de opinião correm alardeando uma chance aos candidatos tucanos como se a operação para alcançá-lo fosse simples, quando a equação dependerá sempre de variáveis. A minha aposta, comunicada a JD Lucas, é a repetição da dobradinha peem

O Atentado do Palácio da Alvorada

O ex-presidente Lula, conforme noticiado pelo Blog do Kennedy, atropela Dilma e o governo contra a terceirização. A guinada para a construção do evento histórico almejado pelo Partido dos Trabalhadores para recuperação da credibilidade começou. O risco 2018 não pode ser aceito integrantes do partido, menos ainda pelos mentores do mensalão. Para consolidação do plano de poder nada deve ser poupado, mesmo que ilusoriamente. O confronto Lula versus Dilma não é uma estratégia inteligente, mas o povo é menos ainda. A cruzada pela preservação dos empregos pelo mártir sindicalista ecoará pelas débeis consciências nacionais. Sem a suspeita de que mais cedo ou mais tarde a terceirização será uma realidade implantada pela esquerda ou centro-esquerda, como já defendida por Wladimir Pomar, tomando de modelo a China - sua abertura e desenvolvimento econômico. Entre as opções para a produção do evento histórico, elenquei uma espécie de novo atentado da Rua Tonelero. O falso Atentado do Palácio da

Desmilitarização

As inúmeras movimentações acerca da desmilitarização da Polícia Militar esbarram na desinformação. Em uma conversa, esclarecendo sobre o processo de substituição das armas de fogo dos policiais por armamento não-letal, percebo a surpresa do interlocutor. Além das outras medidas referentes a suspensão da hierarquia institucional e outras ações. Aponto que o projeto proposto é de Lindberg Farias (PEC-51),recebendo apoio de autoridades, como Marcelo Freixo. O interlocutor promete se informar, quando acrescento a unificação da Polícia Civil e Militar prevista pelo projeto e toda incompatibilidade entre o plano de cargos e salários. Somado a isso, o desarmamento da Polícia Militar defendido por uma outra ala, ainda mais radical. A desmilitarização traria os policiais ao âmbito da justiça civil, sem julgamento privilegiado em um tribunal militar, sem a fraude de um IPM, segundo seus defensores; a crença de que o braço, dessa forma, não tardará a atingi-los, com um pouco mais de eficiência,

The Economist

A revista The Economist parece uma leitora incansável do blogue. Outra vez cometeu um editorial com palavras  idênticas a  de um artigo aqui escrito. Não citou a fonte? São muitos os leitores do mundo americano que aqui se debruçam  para a leitura das avaliações políticas. O artigo da revista, reproduzido em jornal de grande circulação no Brasil, é posterior ao escrito por mim. Em breve disponibilizarei o editorial referido, remetendo-o à postagem cujo conteúdo parece ter sido, digamos assim, aproveitado. Lembro que a análise exibida pela revista foge completamente a linha editorial mantida pela publicação, sendo inusitado o comportamento espontâneo de análise presente no artigo.

Evento Histórico petista

Lula, ex-presidente, afirmou possuir um exército. João Pedro Stédile, líder dos MST, vigilante, é um ministro da defesa extraoficial. A notícia de reconexão do Partido dos Trabalhadores às suas bases com o sacrifício do governo Dilma para a volta de Lula, em 2018, às custas de um evento histórico reacendem a suspeita de uma socialização do país sem consulta aos principais interessados, isto é, a população. A timidez do assalto acerta passo com a indefinição incômoda sentida tanto pelas elites da esquerda quanto pela resistência, seja ela de onde for. A elite da esquerda se exaspera por ver o tempo escoar sem a resposta histórica aos anos de dominação estrangeira e exploração oligárquica,além do revanchismo contra nem tão recente ditadura, subvertendo o acordo de anistiamento realizado, como insinuado na Comissão da Verdade. A resistência – a denominação agrega os opositores sem uma definição política clássica, excluindo-se dela os adeptos de nova intervenção militar – sem proje

Exercício

Para Aurea Aproxima-te sem receio. Estende a mão e o reflexo Partido na ponta dos dedos Regenerará os teus anseios. Aproxima-te sem receio. Estende o ouvido e o segredo Olvido retornará do degredo E habitará os teus sentidos. Aproxima-te sem receio. Estende a boca e o fascínio Entrevisto subirá ao palato E descerá ao teu espírito. E após o ritual completo Caberá ainda pergunta? A seta aguçada ao corpo Fá-lo-á ter dúvida: se viva Ou se morta – a criatura - após o coito entre a bruma, A espuma, o lençol e o desvio... Aproxima-te, já não o disse?

Cortina de Fumaça

As estratégias de recuperação de popularidade de um governo moralmente falido passam através de ações positivas em relação a temas polêmicos, como a maioridade penal e a lei de terceirização em votação. Os dois itens da agenda em voga distraem a atenção pública da corrupção, dos corruptos e corruptores. Sem a vigilância da imprensa e dos setores da sociedade diretamente interessados novas manobras e conchavos podem ser alinhavados para salvação dos indivíduos envolvidos, ligados ao governo de um modo ou de outro, que não podem ser abandonados por representarem alta periculosidade como detentores de informações privilegiadas que se manterão sigilosas enquanto gozarem de vantagem e de proteção jurídica, os participantes das falcatruas governamentais ou não. As medidas provisórias 664 e 665 atentavam contra os trabalhadores; as centrais sindicais, das quais se aguardava uma reação maior, limitaram-se a exigência da retratação e da suspensão de ambas, sem aprofundamento críti