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Mostrando postagens de 2010

Entrevista com Oswaldo Montenegro

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Oswaldo Montenegro, através de sua assessoria de imprensa, na figura da atriz Kamila Pistori, me concedeu a entrevista abaixo. Com respostas curtas e certeiras, pontua obsessões e desejos. Relata a experiência sobre o filme, discorre sobre a literatura e aponta rumos para o próximo ano -2011- com a alegria e o desprendimento de um artista independente. 1) As críticas do filme Léo & Bia, apontam para o aspecto inovador e audacioso de linguagens que são fundidas para benefício do longa - o aspecto teatral, musical, cenográfico - isto em algum momento trouxe algum receio na execução do filme? Não. O que regeu a realização desse filme foi a liberdade. Tenho pautado minha carreira nessa idéia de que liberdade não é um luxo, é o mínimo. Falo o que dá na cabeça, corro riscos e aceito elogios e críticas como normais pra quem vive assim. 2) Como é ser aclamado como um diretor promissor em um filme experimental no sentido de fusão de linguagens? E, posso estar enganado, sendo a película um

Perguntas Sobre Arte Brasileira - Escultura

Emanuel Araújo e Mathias Goeritz - Artistas com uma linguagem comum? Ou será que Emanuel Araújo teve de fato seu trabalho influenciado por Mathias? Ou Mathias sofreu a influência do escultor brasileiro? Ou ambos nem se bicam?

Bancas de Paz e Cultura

O e-mail abaixo foi enviado as duas Secretárias - Ordem Pública e de Cultura - do Rio de Janeiro. Espero conseguir, porque o emprego tem endereço certo: José Enokibara. Além de pingar um reforço no orçamento familiar, é claro. Poderei convidar amigos para os saraus e eventos teatrais e se a subvenção for legal, pagá-los pelos serviços culturais prestados. Imaginem! Posto aqui como um modo de registrar minha idéia. ****************************************************************************************************** Prezado Sr. Rodrigo Bethlem/Prezada Sra. Adriana Rattes, Me chamo Mariel Reis, carioca, entusiasta pela ação da Prefeitura do Rio e da Secretária de Cultura do Município do Rio de Janeiro, que avança na criação de novos territórios culturais nessa Cidade, como projeto das Lonas Culturais.Uma de minhas atividades profissionais refere-se aos livros. Vendia livros usados, popularmente a prática é intitulada Sebo, com preços acessíveis em regiões carentes do Estado, valores módi

Premiações Literárias em Família

Queridos amigos, Hoje descobri que sou uma das finalistas do concurso universitário "O Petróleo Tem que Ser Nosso", e preciso compartilhar com vocês esta felicidade. Estou entre as primeiras colocadas da categoria poesia. A classificação final será dada na cerimônia de premiação, dia 25 de fevereiro. Para quem tiver paciência de ler, o poema enviado foi esse: DIAMANTE NEGRO Doce e negro, Recheio verde Açúcar impalpável. Gotas e gotas de suor, Com uma pitada fundamental De pré- sal ultra-marinho Muito esperamos o bolo crescer, Chegou a hora de dividi-lo Décadas de espera, é chegada a hora! A criançada se estapeia, De olho no recheio Oriundo do delicioso confeito negro que lhe dá base Quando o pai sai, a algazarra se estabelece! Dona Lei discute, tenta impôr ordem: O grosso do bolo é da visita Estrangeira Vem de longe Nos prestigia Cria emprego, traz tecnologia. Métodos de gestão, Mão de obra qualificada, Força de trabalho barata. Impostos pagos, lucros idos, Natureza arriscada

Reescrevendo...

Crônica Tardia Sobre o Dia dos Pais É por este caminho difícil que devemos andar. Não adianta retroceder, porque se constatou que a vida não é o que se esperava. As pessoas não são como se sonhavam e a juventude é como o galho de uma árvore atingido pelo vento forte que o derrubará, trazendo consigo a decadência e a decadência costuma-se acompanhar de desespero. Ele não ganhava nada em me dizer essas coisas. Sempre nas filas dos bancos, marcado por uma preocupação que não consentia em dividir comigo ou com meus irmãos. Ele prosseguia. Não que alardeasse honestidade, isso não poderia testemunhar para si próprio. Nunca se apresentou ao tribunal de sua consciência com a inteireza que julgava necessária, transmitiu que por força era preciso que o erro se apresentasse, fosse qual fosse à conseqüência. Costumava esquecer datas importantes, absorvido pelas inúmeras tarefas de trabalho, misturado que estava a tudo aquilo em seu escritório, lembrando de como poderia fazer para arranjar dinheiro

Rapidinhas...

Oswaldo Montenegro entre gravações em estúdio e viagem para Caxias do Sul. Inquiri a produção se minha entrevista estaria de pé ainda etc.. e tal. A confirmação de que sim me trouxe alívio. Andréa é atenciosa e não se surpreendeu com a minha missiva eletrônica. O Rio parece estar voltando à normalidade, o governo continua sua cruzada contra os bandidos, mas deve tomar cuidado com quem sobe para negociar rendições. Se não acontece aquilo que toda a gente já sabe: os marginais somem ralo abaixo.

Entrevista de Reinaldo Ramos

Mariel, que você acha desses argumentos de que a polícia tá sendo manipulada pra limpar terreno pra milícia, Este é um argumento arriscado demais. É preciso que o Governo do Estado garanta os investimentos feitos no Rio de Janeiro tanto para as Olimpíadas quanto para a Copa do Mundo. Não entregaria o território de um grupo de marginais para outro. E como defendi em meu artigo abaixo, não devemos apenas apertar o cerco somente contra os marginais. Também devemos punir exemplarmente policiais corruptos, advogados e toda a autoridade envolvida em ameaças à sociedade. Não por ética, isto se valendo da ótica do Estado, mas para manter o Rio como um pólo de investidores do porte destes citados acima, porque em 2014 teremos eleições e todos querem um lugar ao sol. que a opinião pública tá sendo manipulada por interesses conspiratórios escusos, A opinião pública defende aqueles que deve defender, a parte da cidade que lucra, cresce e absorve a mão de obra barata dos subúrbios: a cl

Um Recado

"O desejo do puro é sempre hediondo" Nelson Rodrigues

Adendo

A minha crítica em relação a discussão sobre a maioridade penal, enquanto não resolvemos outros problemas mais graves, permanece de pé. O que faremos se vencida a guerra? Adotaremos políticas ostensivas de ocupação, sim. Resgataremos o cidadão, seqüestrados pela horda de bandidos, devolvendo-lhe o direito de ir e vir garantia que o Estado democrático deve prover? Sim, também. Prenderemos, julgaremos e aprisionaremos os bandidos que restarem, procurando resgatá-los para que possam voltar à sociedade e desfrutarem de uma nova vida? Talvez. Os preconceitos são muitos e, além disso, a maioria dos bandidos se acostumou com o lucro fácil, o dinheiro farto e as regalias. Como alguns de nossos políticos corruptos. Um fenômeno de espelhamento? Talvez também. O que faremos em relação à política das drogas. É, das drogas, porque esses traficantes não comercializam produtos eletrônicos, não pirateiam filmes nacionais ou estrangeiros ou mantém uma confecção para falsificação de roupas de grife. Não

Direto do Blogue do Nei Lopes

AS REINAÇÕES DE MONTEIRO LOBATO O escritor Monteiro Lobato não era tão inocente quanto andam dizendo por aí, em meio à polêmica sobre a suposta censura que sua obra estaria sofrendo. Vejamos. Em 1944 publicou o livro A Barca de Gleyre, que reúne, em dois volumes, cartas por ele enviadas ao escritor mineiro Godofredo Rangel entre 1903 e 1943. Em uma delas, o “sobrinho” da Tia Nastácia assim se manifesta sobre o povo dos subúrbios cariocas: “Estive uns dia no Rio (...). Dizem que a mestiçagem liquefaz essa cristalização racial que é o caráter e dá uns produtos instáveis. Isso no moral – e no físico, que feiúra! Num desfile, à tarde, pela horrível Rua Marechal Floriano, da gente que volta para os subúrbios, que perpassam todas as degenerescências, todas as formas e má-formas humanas – todas, menos a normal. Os negros da África, caçados a tiro e trazidos à força para a escravidão, vingaram-se do português de maneira mais terrível – amulatando-o e liquefazendo-o, dando aquela coisa residual

CIDADE MARAVILHA PURGATÓRIO DA BELEZA E DO CAOS

Trecho de correspondência entre minha mulher, Aurea e Diego Reis, amigo comum do casal. "Com a Globo, me apavorei. Wagner Montes e programas sensacionalistas passando a operação ao vivo, é de praxe. Mas a Globo parar tudo, até novela, e dispensar o lucro das propagandas para mostrar "Tropa de Elite 3, ao vivo, sem ensaios e sem cortes" é pq a coisa está muito grave mesmo. Estava aqui, tentando trabalhar ou estudar ou torcer para que tudo desse certo. Ou querendo sair daqui e virar a super Aurea e defender Mariel dos perigos vespertinos e madrugosos de Copacabana, ou correr para casa e abraçar o eu cachorro e me esconder debaixo da cama. Ou atirar em todos os bandidos da cidade para recuperar o meu direito milenar de cruzar a província e poder beijar e abraçar a minha filha, ajudá-la a fazer o dever de casa (como faço pelo menos 4 vezes por semana). Ou processar o Estado por deixar a cidade ficar nesta situação e atrapalhar o andamento do ano escolar de Isabelle (às dua

Tensão

O Rio de Janeiro vive dia tenso com o combate ao tráfico. Nas ruas, percebe-se a apreensão das pessoas. Ao mesmo tempo em que desejam dar um fim ao seqüestro da cidade, promovido por facções criminosas que sabotam a ordem pública, não sabem como agir em caso de um ataque mais violento, porque as autoridades competentes não se pronunciam sobre um modo de prevenção. Aconselham a população evitar as áreas de conflito, o que parece ser uma piada, porque em toda a cidade está conflagrada a guerra. A torcida é que para as forças da ordem pública consigam, com menos perdas de homens e material, tomarem aquele que é o ponto crítico dos problemas enfrentados pela cidade: O Morro do Alemão, mais conhecido como Complexo do Alemão. Muitos se referem ao episódio como uma guerra civil. O que é um erro. Não é uma insurreição do povo contra o governo como na Revolta da Vacina, é uma reação a um Estado criminoso instalado nas favelas e morros cariocas. E não são brasileiros aqueles homens que estão ao

Resposta da Produção de Oswaldo Montenegro

"Oi, Mariel Só para informar que recebi seu e-mail. Reparei que o seu 1º envio retornou por não estar corretamente escrito. Peço que aguarde até semana que vem nosso retorno, pois Oswaldo está viajando e só retornará no domingo. Abs, Andréa"

Vila Cruzeiro Dominada Pela Polícia - Parabens ao Governardor Sérgio Cabral

Depois de mega – operação da Polícia Militar para invasão da Vila Cruzeiro, Zona Norte, no Rio de Janeiro, local onde fora assassinado o jornalista Tim Lopes pelo marginal Elias Maluco e seus comparsas, com vistas às imagens exibidas da fuga dos bandidos para o Morro do Alemão, os comentaristas tendo enxergado a presença de menores entre os traficantes reacendem a polêmica da maioridade penal, como se isto fosse resolver o problema da violência no Estado. O que não é uma verdade. Se não conseguimos resolver os problemas ocorridos entre uma população carcerária que já cumpre pena, imagine se a aumentarmos exponencialmente? Se não conseguimos impedir que ordens para vandalismo e destruição de propriedade alheia cheguem aos comparsas dos marginais que estão em liberdade, o que pensar sobre a maioridade penal? Se não moralizamos os advogados que prestam serviço aos presos e terminam por servir como pombos correios, como reacender a questão da maioridade? Somente para trazer alívio imediato

Contato Oswaldo Montenegro

Caro Oswaldo Montenegro, O meu primeiro contato, através do endereço eletrônico presente no site Oswaldo Montenegro, não foi bem sucedido. A mensagem eletrônica retornando como se o e-mail fosse inexistente frustrou minha expectativa de retratação e pedido de desculpas por integrar o coro de linchadores públicos que se voltaram contra o compositor no infeliz incidente sobre a música Metade e o poema Traduzir-se, de Ferreira Gullar. O que talvez tenha representado uma chance a mais para repensar sobre o meu pedido contido na minha primeira mensagem, refreando o meu ímpeto, solicitando a presença do meu bom senso – que me dizia como ele vai dar ouvido a um sujeito que não conhece, não faz parte de suas relações e escreve para ele se desculpando como prova de um caráter que não o interessa, porque tem milhões de tantas outras coisas para pensar e resolver, portanto, pensei que o importunaria, se me mantivesse preso à idéia de que conseguiria algum sucesso com meu pedido. Por questão de au

Inocentando Oswaldo Montenegro

A turma do Ancelmo Gois e a minha própria deveriam pedir desculpas, como faço publicamente agora, ao músico Oswaldo Montenegro, tornando sem efeito as acusações de plágio realizada pelo poeta Ferreira Gullar, porque,como afirmou, a música já existia em seu repertório antes mesmo da publicação do poema, o que por sua discografia pode se constatar. Abaixo está a prova, retirada do site do músico e a minha retratação do Oswaldo vê se te emenda. O meu pedido sincero de desculpas ao músico Oswaldo MOntenegro sobre essa questão do plágio. • Trilhas (1977) Independente LP 1. Quantas vitórias (Oswaldo Montenegro) 2. Tá certo (Oswaldo Montenegro) 3 . Quem Diria (Oswaldo Montenegro) 4. Dance (Oswaldo Montenegro) 5. Paço do Rosário (Oswaldo Montenegro - poema incluso de Raimundo Costa) 6. Maria, a louca (Oswaldo Montenegro) 7. Monsieur Manel (Oswaldo Montenegro/Mongol) 8. Abre Alas (Oswaldo Montenegro) 9. João sem nome (Oswaldo Montenegro/Mongol) 10. Metade (Oswaldo Montenegro) 11. Casa Assombrad

Oswaldo Montenegro versus Gullar, ou Oswaldo vê se te emenda

Leio no blog do poeta Jefferson Alves Vieira a polêmica provocada pelo poeta Ferreira Gullar, que por e-mail avisou a todos os seus amigos, de que circulava pela internet um poema que levava a sua assinatura, intitulado Metade, com linha de construção muito próxima ao poema Traduzir-se. O colunista Ancelmo Góis publicou o alerta em sua coluna ("Uma parte de mim Ferreira Gullar, 80 anos, é mais um escritor vítima da internet. Ontem, o poeta alertou aos amigos, por e-mail: "Está circulando na internet um plágio do meu poema Traduzir-se?, feito por Oswaldo Montenegro há vários anos, intitulado Metade?. Só que, agora, circula com meu nome, dando-me como autor do plágio." ) e o público que tire as suas conclusões sobre o caso. No mesmo blog, uma leitora, não contaminada por nenhum tipo de histeria – nem pelo cantor, nem pelo poeta – fez aquilo que todos deveríamos ter feito para esclarecer a pendenga – buscar as fontes. E nos entregou – a ele, o dono do blog, na caixa de mens

Reage, Zona Norte

Situação de abandono e violência. Criminosos invadem as ruas. Uma cidade maquiada. UPPS funcionais somente na Zona Sul e Centro/RJ. Reage,Zona Norte, reage, parte da Zona Oeste. Prefeito e governador, atenção, suburbanos pagam impostos também.

Uma Antologia...

O amigo e crítico literário Vinicius Jatobá me propôs um projeto audacioso: reunir meus melhores contos, revisitá-los criticamente e caso seja necessário, reescrevê-lo. Uma idéia que me agrada bastante. Espero conseguir acertá-los para a publicação de uma antologia. Afinal, mesmo sem publicar, são quatro livro de contos. Dois publicados e outros dois por publicar. Um abraço meu amigo Vinicius...

Moacir C. Lopes

Eu, Mariel Reis, não sei orar. Apenas quando saio de casa, repito : Que Deus me guarde, que Deus me ilumine , que Deus me guie. E entrego o meu caminho as forças poderosas que regem o mundo. Moacir, faça de minha simples oração, à sua. Moacir C. Lopes que um cortejo de anjos marinheiros possa recebê-lo - corpo e alma - inteiro da aventura que foi existir. Vai, meu amigo, confidente e incentivador. Abaixo o que ele escreveu como pretenso prefácio para meu livro John Fante Trabalha no Esquimó. Mariel Reis, novo Contista É bom, e salutar para a literatura, podermos recepcionar um jovem escritor que surge com força e determinação como quem chega para incorporar-se de imediato ao patrimônio das letras nacionais. É o caso de Mariel Reis que estréia com este livro de contos John Fante trabalha no Esquimó. Faz algum tempo venho acompanhando sua caminhada como contista, lendo contos esparsos, através dos caminhos do correio eletrônico, com surpresa pelas surpresas de seu estilo, de como conduz

SÉRIE CONTATOS FEITOS PELO FACEBOOK - 20.11.2010

Prezada Sra. Isa Pessoa, Como vai? Me chamo Mariel Reis e resolvi procurá-la pela sensibilidade privilegiada que todos dizem que você possui para a literatura. Sou amigo do Paulo Scott e iria pedir a ele a intermediação, mas ele é um cara bastante ocupado e se posso procurá-la "pessoalmente", melhor. Não sei se trabalha ainda na editora Objetiva, mas o caso é que possuo dois livros inéditos e muito bons que gostaria de submeter à sua leitura. Um deles, o Luiz Ruffato gostou bastante, mas ocupado como estava, me indicou algumas editoras e pessoas para as quais encaminhei o livro, intitulado A Arte de Afinar o Silêncio. Conta com prefácio de Menalton Braff e orelha de Eustáquio Gomes - que hoje, infelizmente, depois de um AVC está cego e mudo. Deus o ajude em sua recuperação e não desampare a nenhum de nós. Voltando ao assunto, o outro livro se chama Vida Cachorra. E conta com prefácio de João Anzanello Carrascoza e orelha de Paulo Lins. Espero que leia minha mensagem e tenha u

Urso

U.R.S.O - UNIÃO PELA REVOLUÇÃO SOCIALISTA. "A miséria é o combustível necessário para a revolução".

Clássicos Contemporâneos

Os críticos cheios de firula não apontam além do óbvio do que constitui o cânone da literatura brasileira. Eu estou me colocando em praça pública para o apedrejamento quando me decido a enumerar quais os clássicos contemporâneos. É comprar para conferir e perceber que contém os elementos necessários para serem alçados à categoria aludida. É uma lista longa. Até agora tem quarenta nomes. Não fiz distinção se o autor está vivo ou não. Alguns nomes parecerão inusitados, apimentando mais as escolhas. Por enquanto, oito títulos com seus respectivos autores. A Cabine/O Trânsito (novelas) - Autor: Juva Batella; Valsa Para Bruno Stein (romance) - Autor: Charles Kiefer; Fortaleza Voadora (contos) - Autor: Pedro Salgueiro; Jóias de Família (novela) - Autora: Zulmira Ribeiro Tavares; Cine Privê (contos) - Autor: Antônio Carlos Vianna; Jairo e Seus Diabos (romance) - Autor: Antônio Carlos Resende; Quarto de Despejo (romance) - Autora: Carolina Maria de Jesus; Palavras Secretas (contos) -

Um Poema de Alexandre Guarnieri

iluminação artificial I quem poderia supor a estranheza de um gás aceso, que, para exercer seu fascínio, e revelar o mais concêntrico dos segredos, houve quem conseguisse confiná-lo à vácuo, em estreitas serpentinas de vidro fino, só obtidas de um sopro controlado sobre um fogaréu típico de maçarico, todas formas moles, antes que lhes derretesse o sólido molde, e para flagrar-lhe o lume gasoso sob o fulgor do argônio tido como inofensivo, bastasse atravessá-lo ainda, com ímpeto e magnetismo, a mínima fagulha física ou única chispa, uma faísca fixada à indissoluta nuvem da sua coluna vertebral? II luz. de súbito habitando um casulo (ou tubo) onde é insone o neônio! eis o rito contraditório de uma luminosidade tão espessa, mas só contida às expensas (ou dos parênteses) da mais fina vitrina, a tripa vítrea e colorida cujo conteúdo é clarão contínuo e vivo, uma câmara de tortura abrigando um bicho luminescente, escorregadia enguia elétrica nadando na obscuridade de um aquário profu

Um Cronista Perdido Na Paranóia de Uma Nova Guerra Fria

Quando José Dirceu pensou o mensalão, tinha em mente quarenta anos de governo para o Partido dos Trabalhadores. Com a denúncia de Roberto Jefferson todo o plano teve que ser mudado e adaptado às novas circunstâncias, inclusive contando com a ignorância consentida do mandatário da república: o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O planejamento juntamente com o levante de republiquetas da América Latina é uma especulação para a tomada do mercado pela China, única remanescente comunista, que se moderniza para atender as exigências de atualização para se inserir no mercado para depois arrebatá-lo do seu maior rival : os Estados Unidos da América, de Barack Obama. Com a virada de mesa, para isto se especulava meio século, como alguns economistas afirmam, obrigaria tanto a Europa quanto aos demais países que mantivessem relações comerciais com a potência chinesa a um realinhamento que beneficiaria o séquito do comunismo terceiro-mundista. E aí chegaria a hora de uma renegociação das relaç

Solidariedade

O escritor Eustáquio Gomes, depois de um AVC, está cego e mudo. Torço para a recuperação deste ser humano excelente e artista primoroso. Ele escreveu as linhas abaixo para o meu livro A Arte de Afinar o Silêncio, contos, ainda inédito: A ARTE DE AFINAR O SILÊNCIO Marques Rebelo fuma numa estação de trens e trava um diálogo com o jovem que se senta a seu lado: nada a estranhar, se o escritor não estivesse sendo velado naquela mesma manhã na Academia Brasileira de Letras. No interior de um bonde, Lima Barreto encontra Bento Santiago e estabelece com ele uma curiosa conversa sobre Capitu. O pintor Iberê Camargo, passeando pelo Botafogo, ouve de uma cigana que ele matará um homem. Decidamente, este não é um livro comum. As histórias que o compõem não são nada vulgares. E o Rio que retratam é o Rio interior de Mariel Reis, um lugar onírico que impressiona pela concretude da linguagem com que é construído, feito de coisas reais, nada abstratas. Neste sentido, se seus êmulos são Lima Barret

Clássicos Contemporâneos

Vou me arriscar aqui a delinear autores que, a meu ver, já são clássicos contemporâneos. Os motivos que me levaram as conclusões sobre os livros vou expô-los depois que minha lista estiver encerrada. O primeiro deles, publicado pela editora Sete Letras, quem leu sabe, intitula-se "A Cabine/O Trânsito" de Juva Batella.

VOTO ABERTO

Imperativo Negativo não serres tu não serre ele não serremos nós não serreis vós não serrem eles Não serre essa corrente, é Dilma para presidente.

Dito

"A esperança é a apólice do pobre" Machado de Assis

Mariel Reis n'O BULE

Leiam, LINK: http://o-bule.blogspot.com/2010/10/despejo.html

Dois Bonitos Poemas de Reinaldo Ramos

Teomorfismo O Deus do homem é de carne da caveira, é de osso O Deus da formiga tem antenas o do cão, abana o rabo O Deus argentino toca tango o brasileiro, toca choro O Deus de Deus ninguém conhece. **** Escapulário És mais perfeita que a garrafa de Coca-cola Tens as dores do nada engastadas no cesto de ráfia que encantou pra te guardar as costas Tens o mapa da África tatuado em tuas escápulas E terra de prados perdidos embaixo das unhas.

Esse Sabe das Coisas...

" e o estilo? anti-beletrista. o árabe lá com sua adaga, exibindo-a, arabescos no ar. um tiro nele e pronto. adeus, malabarista! assim é a coisa aqui. rude, mas tocante. como a vida. só aquele que está na outra face para saber a força de seu avesso. é isso o que encontramos nestas histórias: maldades. e das boas. o que fica? fique de olho neste menino, mariel reis. talento refinado, do lodo ele extrai flor de lótus. é preciso ter sensibilidade para captar o bruto. mariel tem. indiscutível. " joão anzanello carrascoza

Nilto Maciel Recomenda...

Nilto Maciel, grande contista cearense e logo do Brasil, crítico apurado de ficção, resolveu me brindar com a publicação de um dos meus contos em um dos seus blogs radares para mapeamento da cultura contemporânea: LITERATURA SEM FRONTEIRAS, cujo endereço segue abaixo: LINK DO BLOGUE : http://literaturasemfronteiras.blogspot.com/ LINK DO CONTO:http://literaturasemfronteiras.blogspot.com/2010/10/remocao-conto-de-mariel-reis.html O conto Remoção é dedicado ao escritor Reinaldo Ramos que me forneceu o mote. Nilto Maciel, meu amigo, muito obrigado por tudo. ADICIONEM E APROVEITEM.

Perguntas de Jaime Gonçalves Filho Sobre o Nobel de Literatura

Olá, O escritor peruano Mario Vargas Llosa recebeu o prêmio Nobel de Literatura, nesta quinta-feira, 07 de outubro. Gostaria de publicar suas impressões sobre a premiação no meu blog, Café Escuro. Você aceitaria responder as três questões abaixo? Sim. Você é um leitor de Vargas Llosa? Sou leitor de Vargas Llosa. Destacaria uma obra que tenha marcado sua trajetória como leitor(a)? Por quê? Os Filhotes. Novelas que condensam todo o talento do escritor peruano. Nesse volume há um texto em particular sobre a emasculação de uma das personagens que é uma novela fantástica. Qual a representatividade do prêmio para você, como leitor? E, também, para a literatura da América Latina? Gostaria que fosse premiado um escritor de língua portuguesa. A minha satisfação recairia sobre Lobo Antunes e/ou Ferreira Gullar. Isto ajudaria a língua portuguesa a se internacionalizar, como é comum com a língua espanhola. Elevaria nosso status, porque somos muitos os falantes dos diversos idiomas "portugues

Pequena Entrevista com Alessandro Garcia/Imagem retirada do blog Sobrecapa, de Samir Machado.

Imagem
Alessandro Garcia, publicitário e editor da Fósforo , prepara o lançamento do livro solo A Pequena Sordidez das Coisas, pela Não Editora. O editor Samir Machado definiu muito bem a coletânea de contos quando asseverou: "o livro, tal como indica o título, reúne histórias de personagens tomados por pequenas obsessões e traumas que se ocultam no cotidiano." Esta declaração, retirada do blog Sobrecapa, no qual Samir Machado escreve atento ao que se passa no mercado editorial e aos avanços gráficos em geral referentes à confecção dos bons livros. Contribuí com um pequeno texto para a realização do livro de Garcia que é um escritor que surpreenderá pelo apuro estilistico, pelo modo como enreda o leitor em suas histórias e dono de uma penetração psicológica fina. Contudo, não abre mão de ser um homem do tempo presente, ligado à luta política sobre a questão do negro e um amigo para se guardar pela probidade para toda uma vida. Meus loas, meus vivas! Como nasceu a idéia do livro

VIDA CACHORRA

"Mariel, tudo bem? Rapaz, estive viajando a trabalho, mas já li seus contos e gostei. Muito. O texto vai sair até o final de semana, conforme prometido. Aguenta aí! Abração João Anzanello Carascoza"

Novidades

O livro A Arte de Afinar o Silêncio está sendo estudado por duas editoras. A primeira, carioca e a segunda, gaúcha. Vamos ver no que dará. A editora Multifoco quer manter consigo, mesmo depois de erros primários como os apontados, o livro. As duas primeiras sinalizaram para março de 2011. Não rejeito acordos, desde que bons e rentáveis para ambos: autor e editora. Darei notícias. *** Antônio Dutra publicou o romance Matacavalos pela AgBook. É só encomendar o livro, pagar o boleto e desfrutar da leitura. Matacavalo, premiado na Flip de 2004, não encontrou editora que bancasse o livro. Aliás, uma editora do Rio de Janeiro havia se comprometido, na figura de um editor sabichão, o que não deu em nada. AgBook -livros sob demanda - vale a pena para não ficar ilhado. **** A menina que me alertou sobre o meu detrator me enviou uma de suas correspondências. **** Livro à Bolonhesa, Sesc-Tijuca, imperdível. Capitaneado pelo valente Heyk Pimenta. Estarei lá assim que largar do trabalho. Me

Mega- Sena

Sempre jogo na mega-sena. A minha intenção é utilizar o prêmio para caridade. Tenho uma listagem de instituições e pessoas que se beneficiariam, caso a sorte batesse à minha porta. O que não tem ocorrido em se tratando dessa premiação. Hoje parece que a bolada está por volta de 115.000,00. Os últimos ganhadores do sorteio marcaram presença negativamente na televisão, devido a disputas familiares, assassinatos e outras atrocidades relativas à ganância. Portanto, julgo inútil que tenham conseguido amealhar a bufunfa. Tamanha danação. Para uma grana dessas é preciso que se esteja preparado, com um plano de auxílio ao próximo, com metas para torná-los felizes enquanto eles existem nessa Terra. Propiciando o conforto de um lar, zelo pela saúde ou a volta para o lugar de onde vieram, promovendo a união dos familiares. Abaixo colocarei alguns nomes de pessoas que eu ajudaria com um quantia substancial, caso a premiação viesse parar em minhas mãos. O que eles fariam com a quantia? Isto não me

DIGA NÃO E LEIA OS PORQUÊS

Caro Editor Anderson, Desejo o distrato com a Editora Multifoco, com a qual está comprometido o livro A Arte de Afinar o Silêncio, devido aos motivos expostos abaixo: Motivo Um - O meu contrato está apenas rubricado, sem o reconhecimento de firma das assinaturas que comprometem o livro à editora. O que em si é um desrespeito ou falta de profissionalismo, porque nenhuma documentação que tenha caráter legal pode seguir dessa forma, portanto, desconhecendo que exista firma com as rubricas ali existentes, com firma aberta no Rio de Janeiro, torna para mim o contrato sem valor; Motivo Dois - O livro A Arte de Afinar o Silêncio, revisado, diagramado e com capa definida pelo autor, com os custos desses serviços recaindo apenas sobre o autor, não estará pronto a contento para lançamento na Primavera dos Livros, que ocorrerá entre os dias 21 e 24 de Outubro; sendo que este evento já havia sido avisado à editora, na pessoa de Thiago França. Não há tempo hábil para tornar o objeto livro pronto,

Testes

Testes não são bem vistos. Eu não tenho nenhum amor por eles. E não provam nada. Quando menor, levado ao psicólogo, fui submetido a testes de qi. O motivo era minha hiperatividade e minha criatividade. O baixo rendimento escolar alavancou a decisão de meus pais. Por que, eles se perguntavam, ele se interessa tanto pela matéria A e a B fica às moscas? Por que ele não se interessa por nada do que começa? O psicólogo que me aplicou o teste, respondeu: “Porque se tornou fácil”. Meu pai não admitia a explicação. Se justamente havia se tornado fácil, porque eu me entregava ao fracasso? Por que era arrastado para ele como para um bueiro? Por que a vagabundagem – leia-se desenhar, compor, pintar e dançar – doutor? Eles levaram um longo papo. E eu na minha, rabiscando inúmeros papéis. O psicólogo me perguntou se eu me sentia diferente. Respondi às vezes. Como? Me sinto mais burro. Muito mais burro. O resultado do seu teste foi de 135. Ele me falou isso com a intenção de me fazer um elogio. Na e

Dê Uma Olhada Bem de Perto...

"Um vendedor de sapato fetichista, um Papai Noel bandido, um presidiário bígamo, um funcionário correto que, depois de tanta porrada, decide trabalhar a favor de si mesmo. Clichês ambulantes suburbanos capazes, como qualquer um, de amar e perdoar e perder a razão. De tomar alguma decisão momentânea e acabar na editoria policial de um jornal popular. Curtos e secos e complexos - como a narrativa do escritor, calcada em frases diretas e ritmo ditado por imagens que, por sua vez, são ditadas por ações. Não há marasmo nessa vida cachorra; e se houver, cuidado, ele pode ser um bocado perigoso." Bruno Bandido, Escritor

Texto Contracapa Vida Cachorra

"Um texto forte, das ruas, que dói, sangra.Mariel Reis é desses escritores que surgem para tratar de mostrar que estamos sim escrevendo.Mesmo que a elite não tivesse contado com isso, mesmo que eles pensassem que não sabíamos nem ler.Estamos mostrando pra eles, para os intelectuais, para os letrados.Nós também escrevemos sim e não estamos mais pedindo pra entrar, estamos derrubando a porta.Mariel, faz seu corre e escreve sua trajetória." Alessandro Buzo, escritor"

Aquele Recado Lá da Cidade de Deus

"Vida cachorra somos todos nós em qualquer parte do mundo, em qualquer quarto da terra, em qualquer cama. O livro nos vai revelando nós mesmos. Cumprindo a função da Literatura que é a de aguçar a nossa imaginação e tornar fácil o se sentir no lugar do outro com todos os sentimentos nos dados pela História. Sua vida também é cachorra, já que fazemos parte disso tudo. " Paulo Lins

Um Recado Lá da Cidade de Deus Sobre o Livro Vida Cachorra

Acabei de ler seus contos. Fiquei muito feliz com eles. Vou tentar escrever agora. Vou te passar o e-mail do Ferréz e converse com ele sobre a publicação. Abraço Paulo Lins Autor do livro Cidade de Deus

Texto Contracapa livro Vida Cachorra

"Através desses contos, Mariel apresenta para a sociedade tudo aquilo que ela rejeita e que muitos escritores que estão na mídia graúda evitam escrever. Há aqui escórias, vagabundos, cúmplices de desgraças, putas e filhos delas. Todos com seus conflitos e complexos. São personagens difíceis de lidar. A gente sofre com eles, tanto pela desventura como pela construção. Precisa talento para tal empreita. E é isso o que o autor tem e tem de sobra. Boa leitura!" Sacolinha, escritor.

Gratidão

Vida Cachorra, meu novo livro, está revisado. David Dinamarco, meu muito obrigado. Está lido por leitores de toda ordem, qualitativamente essenciais naquilo que realizam, cada um deles em seu campo de atuação: Helena Ortiz, Alexandre Brandão, Luiz Horácio, Dora Locatelli, Rotsen Alves, Bruno Bandido, Nilto Maciel e Pedro Salgueiro. Muito obrigado a todos. O livro é fino. Cinquenta páginas. Outros tantos se aventuraram a escrever algo sobre ele e por questões de tempo - a vida anda corrida para todos - não conseguiram. Rodrigo Ciriaco, Allan da Rosa e Alessandro Buzo. Meu muito obrigado. Estamos firmes. Cada um em uma ponta. O círculo tem que se fechar. Para aqueles que dedicarão ao livro suas linhas, que na correria, mesmo entremeado pelos compromissos pessoais, se decidiram: vou tentar escrever alguma coisa. Sacolinha, Paulo Lins e Bruno Bandido. Estamos aí, meus parceiros. Para Marcelo Moraes Caetano, escritor de mancheia, revisor querido, também escalado para a tarefa, com presteza

Sobre Remoção

Muito obrigado, Nilto. "Olá, Mariel. Esse conto "Remoção" é muito bom. A construção das frases, o encadeamento, tudo perfeito, numa fala bem harmônica. A situação social como pano-de-fundo. A voz do mendigo em primeiro plano. A voz escondida da assistente social. Parabéns pela elaboração de mais esta peça. Abraço. Nilto Maciel"

Meu Novo Livro Vida Cachorra Tem Curiosamente Esta Epígrafe

epígrafe “a parrésia é uma forma de crítica tanto ao outro quanto a si mesmo , mas sempre numa situação em que o crítico encontra-se numa posição de inferioridade em relação ao interlocutor. o parrésico é sempre menos poderoso do que aquele a quem dirige a palavra. a parrésia vem “de baixo” e se dirige a quem está “em cima” . por isso, um antigo grego não diria que um professor ou pai que critica uma criança faz uso da parrésia. mas quando um filósofo critica um tirano , quando um cidadão critica a maioria, quando um aluno critica o professor, então utilizam a parrésia. na parrésia dizer a verdade é um dever.” foucault

Honrosa Opinião em Cativeiro

Reinaldo Ramos, curioso poeta e contista com fortes tintas filosóficas, a quem dediquei o conto abaixo me enviou o seginte comentário: "Tua prosa cheia de poesia Mariel, redescreveu o quadro com uma precisão minuciosa. Cobriu todos os aspectos implicados indiretamente, pra além da cena - ao menos aqueles que me sensibilizaram. Esse episódio me tocou profundamente, além de pessoalmente ser repleto de outros simbolismos. Identifico-me muito na liberdade cínica, em Díogenes no barril, no discurso parrésico. Disse tudo que eu pensei em dizer, melhor até do que meu próprio testemunho ocular e subjetivo. Admirável e incostestável sua verve. Quem dera tu me traduzisse sempre outros dramas fotogramados da minha memóra. Fiquei tão honrado quanto feliz. Abraço do amigo!Reinaldo Ramos" Agradecimentos ao amigo e grande leitor que me deu o mote para a criação do conto.

remoção

para reinaldo ramos não. meu cachorro, não. se ele não vai, não me interessa. abrigo? o meu é aqui, na marquise. obrigado, agradece ao sr. prefeito por mim. não me incomoda viver na rua, não senhora. assistência social? isso eu deveria ter tido quando nasci e minha mãe me abandonou. por que vocês se lembraram de mim agora? ah, porque estou aqui na calçada da madame? ela tem um palacete e não pode me ceder um pedaço da calçada? a rua não é da prefeitura? do governador? de quem é a rua? eu sou limpo, pode perguntar para qualquer um. não, senhora. droga eu não uso. bebo uma cachacinha de vez em quando. tô largando. uns bíblias conversaram comigo. é coisa do demônio a bebedeira. então é o demônio que me faz esquecer a minha desgraça, eu disse. eles ficaram um tanto sem jeito. me falam de jesus e não tocam mais no assunto de cachaça comigo. família? já tive. não deu certo. tem muita família que não dá certo, né? nem todo mundo é feliz como em propaganda de televisão. por que será? a senhora