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Mostrando postagens de setembro, 2009

Arquétipos Contemporâneos

1. A sociedade contemporânea não pode restringir seus arquétipos somente às emanações do binômio homem e mulher, porque a família contemporânea, alterada por liberdades conquistadas tanto no terreno político quanto sexual, tornaram vulnerável a conceituação enquadrada e resolvida por psicólogos com as cristalizações arquetípicas mais comuns. 2. Santa/Puta - Nos espaços modernos de convivência, podemos ver cada vez mais mulheres exercendo ambos os comportamentos, porque estão em um lugar social flexível, porque as conquistas femininas avançaram, libertando-as para o ambiente onde a sexualidade pode ser liberada sem culpa. 3. Guerreiro/Amante - Nestes mesmos espaços, o homem pode também se modificar, alterando a imagem que antes se possuía dele, porque com os avanços feministas, as mulheres conquistando postos de trabalho e a revolução feminina, o macho alfa, provedor familiar, ficou deslocado, criando uma nova modalidade no topos masculino. Nessa modalidade, estão amalgamado os dois arq

As Minhas Recusas Editoriais

Começarei a publicar aqui minhas cartas de recusa por editoras deste país. Para iniciar, colocarei na íntegra a minha correspondência com o editor da Língua Geral, Eduardo Coelho. A primeira correspondência se refere ao livro John Fante Trabalha no Esquimó, que logo seria publicado pela Editora Cáliban, com o sucesso de crítica que me surpreendeu bastante. “Caro Mariel Reis: Examinamos seus originais. Agradecemos, mais uma vez, o envio dos mesmos. Não há correspondência entre a linguagem dos textos e aquilo sobre o que você narra. Seu universo temático relaciona-se a questões contemporâneas, embora pinceladas por algum ultra-romantismo. Referimo-nos, neste caso, a elementos das narrativas de horror, que aparecem de forma discreta, mas determinante, e principalmente às imagens a que você recorre. Parece-nos, sobretudo, que você precisa modernizar o seu estilo e as imagens com que trabalha. Em relação ao primeiro caso, observe como as frases longas retardam o tempo da sua narrativa, o qu

O Milagre da Multiplicação

Luiz Horácio, escritor gaúcho, tratou de me multiplicar, transferindo a minha presença para dentro de suas histórias. Talvez seja uma forma de compensar a saudade que ambos sentimos, mas, o que certamente me enternece é que de fato, quando somos assim multiplicados, posicionados com as personagens que acompanham um escritor, é notarmos que somos queridos. deixando marca indelevel no interior dos comapnheiros que realmente vêem em nós a expressão do amor, da fraternidade e da verdade. Amigo Horácio, isto é mútuo. Abaixo o link para o conto publicado no Zero Hora (RS) onde tenho anunciada minha primeira aparição ficcional: http://zerohora.clicrbs.com.br/zerohora/jsp/default2.jsp?uf=1&local=1&source=a2657922.xml&template=3898.dwt&edition=13152&section=1029

Conto Reescrito

A Mensagem * Dedicado a Paulo Lins Marco arremessa a lata para cima da laje. Juninho a joga para outra e Bira a atira para outra quase infinitamente até a lata chegar ao destino. As últimas mãos a pegarem na lata, sempre de leite em pó, a destampa e verificam se o combinado está depositado no interior. Se a coisa está correta, a lata volta a fazer todo a caminho inverso até chegar às mãos do primeiro que a arremessou e dentro dela está o pagamento, quase sempre em dinheiro; outras vezes em favores com indicações de quem deverá fazê-los em bilhetes mal-escritos, com letras cheias de garranchos e erros de ortografia. Mas o premiado não ligava importância a isso. Na segunda-feira a lata chegou um tanto amassada. Dentro dela o bilhete de um informante: "Maurinho, cuidado". Maurinho leu o bilhete e logo telefonou para Marco para saber se o informante ainda estava com ele. Marco respondera que sim. "Coloca ele aí no telefone”. “Fala, Branco”."Fala”."Que porra é essa,

EScrevendo uma Apresentação Inusitada que Nunca Será Usada

As Fúrias e Casa de Máquinas “nem sempre é terrível a música orquestrada das máquinas pesadas”. A tecnologia é a ferramenta usada para estender nossas habilidades. Na mitologia percebemos claramente seu uso para o benefício dos heróis em suas peripécias. O caso mais óbvio desta definição esta em Perseu em sua luta contra a górgona Medusa se utilizando da espada – uma extensão perigosa do braço – e do escudo onde se refletirá a imagem fatal desta petrificadora de homens, quando encarada diretamente. Este escudo servindo para ampliar o sentido da visão do herói, auxiliando-o em sua missão. A tecnologia está presente no livro Casa de Máquinas, de Alexandre Guarnieri, que está ligado diretamente e de algum modo à invenção da cidade e a presença de sua história através da aura destes objetos que contam sobre o homem e seu percurso no espaço urbano: Cidade é a metrópole -- crisálida precária de concreto -- esse dragão atropelado entre os lírios e aneurismas da indústria; sua construção u

Amor:móbile:

Para Aurea Amor: móbile. Estranho pássaro De papel, goma e arame. Gira, insone, Ao redor do quarto. Caleidoscópio Da paisagem, Que a si consome: Inominável. Escondida no sono, Nas dobras do corpo.