Postagens

Mostrando postagens de maio, 2011

Sobre miniconto A Descoberta

"Mariel, meu caro, belo movimento. Ao ler o micro conto temos todas as informações necessárias para ver a cena. Eu só impliquei um pouquinho com a imagem de "preenchidas de tumulto ", acho-a excessiva. Na realidade, a ideia de tumulto me agrada, mas o "preenchidas ", não. Mas, como disse, é implicância. E uma última observação para você pensar (eu mesmo não estou certo dela): será que a imagem de "anjo" não está "esgotada "? Quem sabe: "Procurou, em derredor, o que lhe havia tocado." É isso. Abração. Alexandre Brandão " Minha resposta: "Pensei nisso durante o fim de semana, porque o conto é inspirado no Êxtase de Sta Teresa, de Bernini. Acho que vou retirá-lo (referindo-me ao termo "anjo") mesmo. Muito obrigado. " "Mariel, seu miniconto revela mais uma faceta de sua versatilidade literária: uma escritura contida, cuja economia de meios não prejudica a densidade do tema. É um trabalho que co

Micro Conto

A Descoberta Clarice rodopiava. A vitrola enchia o ambiente de música alta. Os braços erguidos; o quadril em movimento e as pernas alvoroçadas - preenchidas de tumulto. O vestido branco, vincado pela sombra da tarde, acendia pontos de fogueira nos olhos. As chispas de uma alegria selvagem escapavam-se por certo sorriso. Retorciam-se as mãos no tecido transido. Entontecida pelo bailado ardente, tombou – se. O sexo aninhado à quina da mesa. Os olhos elevaram-se em transe. Procurou, em derredor, o que lhe havia tocado. Mariel Reis

Publicação na Revista Verbo 21

http://www.verbo21.com.br/v5/index.php?option=com_content&view=article&id=196:mariel-reis-conto&catid=58:tribuna-abril-2011&Itemid=87

É preciso deixar claro

É preciso deixar claro Para que não reste dúvida, Os meus amores são modestos Mas não por isso sem importância. Tenho os amigos que não preciso citar Porque sabem bem quem são quando Assim os intitulo; tem a literatura que pratico Não com tanta modéstia, avançando a cada livro; Contudo, o meu amor incondicional à minha mulher e minha filha, Que ocupa boa parte de minha vida interior ainda permite que No espaço que sobre ali, desenhe-se a bandeira da Portela, de sambas inesquecíveis e Gravado no meu coração permaneça a alva e solitária estrela do meu time - o Botafogo.

Sobre Vida Cachorra

Prezado Mariel Obrigado por ter enviado os textos de "Vida Cachorra", que acabo de ler com prazer. Você pratica um texto enxuto, conciso, carregado de humor carioca e do espírito de João Antônio, seu conterrâneo, que se debruçava também sobre temas pouco ortodoxos e marginais. A vida sem retoques ou maquiagem está nestes seus contos como um apêndice estruturador. Sua homenagem a Dalton Trevisan passa, por outro lado, ao leitor, a parceria que sua criação mantém com a dele - a vida crua e nua de famílias suburbanas que se envolvem com os pequenos dramas cotidianos e dão a face ao tapa. Seu talento é inegável, seu texto curto de iniciais minúsculas é sua marca registrada e a opção pelo enredo dramático faz de Vc um contista com C maiúsculo. Obrigado e parabéns. Seu leitor Duílio Gomes.

Um Sebo de Pavuna...Compre, frequente e leia

Beto Livros Avenida Sargento de Milícias 1771 Rio de Janeiro/ RJ (21) 3835-9343

trechos de minha conversa com marcelo moutinho sobre vida cachorra.

"há nele uma tristeza tão grande que não permite ao livro ser poético, porque se assim fosse seria um atentado as vidas miseráveis que descrevo e preferi por isso essa estratégia narrativa que tem laivos poéticos em entrelinhas tão rarefeitas que se a observarmos com muita pressa não seremos tocados. como por exemplo, em amor filial, quando o homem se entrega no lugar da mãe, ela enrola a janta e o acompanha à delegacia e a outra tomada dessa posição está integralmente em espírito natalino. ambos estão em conexão com o john porque se o primeiro pode ser desprendido das incursões sobre foco narrativo - por mil demônios - o segundo, é parte do texto intitulado viagem, porque versa o mesmo fracasso. contudo, entendo o ponto de vista a que você está me submetendo." "procuro ressaltar com discrição a pequena felicidade do qual gozam as personagens. no john fante há o escapismo fantasioso dos indivíduos para regiões além de sua percepção ou exilam-se em sua própria

José Mauro de Vasconcelos, Contos

Não, não é Meu Pé de Laranja Lima. Podem ficar despreocupados. É Farinha Órfã - contos goianos, de José Mauro de Vasconcelos. E, não, não é todo o livro que é bom, mas duas narrativas merecem destaque: Boca-de-Selva e Primavera dos Enforcados. Procuro o livro A Ceia, também de contos. Apesar de um livro desigual, Farinha Órfã é um esforço sincero para se atingir bons parâmetros na narrativa curta brasileira. Eu não hesitaria em colocar um desses dois contos em uma antologia para iniciar os jovens leitores no moderno conto brasileiro.

Antologias de Coelho Neto, Dias da Costa e Nilto Maciel

CONTATOS: Prezada Sra. Edla Van Steen, Apontada, por Guilherme Loureiro, como responsável pelas coletâneas de melhores contos de autores nacionais, pedi o seu contato para propor a presença de um autor defenestrado da literatura brasileira - Coelho Neto. O meu interesse pelo autor coincide com minha infância, porque este era o bairro ao lado ou o da próxima estação quando chegou o metrô. Porque naquele tempo eu morava em Pavuna e me interessava pelos nomes nas placas de rua e pelas histórias dos bairros e das personalidades que os nomearam. Daí o meu contato com o autor d' A Capital Federal. Os romances não me agradaram, mas as estórias curtas, sim. Entre aquelas que me impressionaram estão Banzo, Mau Sangue, O Pároco, A Pevide, O Duplo. A primeira, com a qual tomei contato com o texto, foi Banzo, através da finada revista Ficções, edição novelas. Lá ele, Coelho Neto, está acompanhado de mestres como Dino Buzzati e Robert Musil, além da presença do autor de A Ostra

Notícias

Meus amigos, estou ausente. A razão é boa: a releitura. Reli Antes que Anoiteça, Reinaldo Arenas. Antes que estranhem é porque minha tradução do livro é a portuguesa. Cabrera Infante, Vista dos Trópicos Ao Amanhacer, que me atrevi a ler no original, em espanhol. O pequeno discurso de Vargas Llosa ao receber o Prêmio Nobel de literatura. Delito por Dançar o Chá-Chá-Chá, também de Cabrera Infante, mas desta vez em português, com uma introdução lindíssima de Nélida Piñon. Violências, de Igor Galante, vestido com Moacyr Scliar e Menalton Braff; este li pela primeira vez. Tem concessões poéticas para estórias realistas, transmigradas de um certo Manoel de Barros, isto me desagradou. Saiu pela Sete Letras. Não preciso dizer muito. Teve apoio do Estadão, saiu até uma pequena matéria alardeando que dois medalhões...Deixemos isso pra lá. Sobre fatos não tão recentes: repudiei o Uéliton e o massacre perpetrado por ele na escola da Zona Oeste; lamentei a morte Moacyr Scliar, MOacir C. Lopes, Erne