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Mostrando postagens de novembro, 2009

A Gravata

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A gravata é um utensílio do vestiário que surgiu no século XVII, sob reinado de Luís XIV para distinguir no batalhão empregado pelo rei os soldados croatas. Estes eram facilmente reconhecíveis porque usavam um grande lenço ao redor do pescoço. A palavra gravata é uma corruptela de croata. O poeta mineiro Carlos Drummond de Andrade referia-se a este símbolo em um dos seus poemas de modo a negativa-lo, classificando-o como uma serpente enrodilhada ao pescoço. Como se o utensílio representasse na sociedade uma identidade de opressão do qual é preciso se livrar para se estar feliz. Tom Zé, compositor baiano, assinala desta maneira sua relação com o penduricalho: "A gravata já me laçou/a gravata já me enforcou/amém/ A gravata já me laçou/a gravata já me enforcou/amém//Um cidadão sem a gravata/é a pior degradação/é uma coroa de lata/é um grande palavrão/é uma dama sem pudor/estripitise moral/é falta de documento/é como sopa sem sal." O compositor carioca Jorge Benjor parece saber b

Feriado Pela Igualdade Social ou Dia de Zumbi?

Neste último feriado, ouvi de um empresário que o Dia da Consciência Negra ou dia de Zumbi, como é mais conhecido, não existia e, portanto, seus funcionários trabalhariam normalmente. Não discuti, lembrei-lhe apenas que seus empregados poderiam estar em seus serviços desde que remunerados como exige a lei com a hora extra que compete em casos de semelhante natureza. O último feriado, o Dia de Zumbi de Palmares, está amparado estadualmente pela Lei nº. 4007/2002, sancionada pela então governadora Benedita da Silva. O comentário do empresário não está destituído de razão, se o encararmos com severidade antropológica, porque não existe racismo na sociedade brasileira nos moldes americanos de até bem pouco tempo atrás. Uma sociedade segmentada que através de manifestações civis conseguiu colocar por terra parte desta vergonhosa história, culminando com a eleição de Barack Obama para presidência dos Estados Unidos. No Brasil, se instituíssem um feriado como o Dia da Liberdade ou Dia da

Vontade de Potência da Libido Heterossexual

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A Playboy de Fernanda Young é objeto de reflexão para a tendência do imaginário masculino massacrado pelas exigências ditadas pela indústria televisiva e pornográfica em que as estrelas destes tipos de produções precisam ser bonecas barbies gostosas e turbinadas, propagadoras de erotismo óbvio e banal, máquinas incansáveis de fabricação do desejo que não podem ser desligadas, escravas da vontade de potência da libido heterossexual que se mercantilizou tanto que não sabemos quais são nossos desejos ou quais são aqueles desenhados por essa indústria. Engolidos pela máquina não podemos achar a patroa gostosa, porque tem pneus e não é a super - mulher, a mulher maravilha dos BBB’s. E acossados por esta fome, despejamos nos puteiros, casas de massagem e afins a ambição de consumir o corpo perfeito, transformando em vício aquilo que antes era virtude, produzindo sofrimento por incorreções que no passado eram detalhes que apimentavam a tara. A busca pelo corpo perfeito acabou com a mulher do