Eleição Presidencial
Eduardo
Campos, candidato à presidência da república, morto em acidente
aéreo, deixou-me com a tragédia órfão, temporariamente. Meu voto,
como declarei aqui, pertenceria a curiosa coligação entre Marina
Silva e o jovem ex-governador de Pernambuco, neto de Miguel Arraes e
filho do escritor Maximiano Campos, autor do volume de contos Na
Estrada, publicado pela Iluminuras, com prefácio de Raimundo
Carrero e orelha de Ariano Suassuna. A confusão em torno de sua
substituição ou a ascensão de sua vice para a cabeça da chapa
parece causar transtornos dentro do projeto desenhado pelo PSB para a
caminhada rumo ao Palácio do Planalto. Outra preocupação é a
escolha de um vice para Marina Silva. Talvez a estratégia de escolha
da esposa de Campos tenha valor afetivo, atinja emocionalmente alguns
eleitores, mas será inócua do ponto vista político e mesmo
ingênua. A coligação, que apoiava Eduardo Campos e aposta em
Marina Silva, mesmo com o pouco tempo que lhe resta, deveria esfriar
a cabeça para tomar uma decisão tão importante e que pode
comprometer toda uma projeção repleta de êxito até esse trágico
momento da campanha. Não concebo um nome que poderá compor a chapa
presidencial. A possibilidade da esposa de Campos não é uma
perspectiva agradável dentro dos parâmetros políticos, embora,
momentaneamente, resolva o impasse criado com a morte do candidato.
Sigo acompanhando as movimentações, as homenagens aos mortos na
aeronave, as especulações sobre a causa do desastre e a
culpabilização a ser dividida – decidida – entre o piloto e
o problema mecânico. Resta lamentar não apenas a morte do
candidato à presidência como a de toda tripulação.
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