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Mostrando postagens de julho, 2012

Uma Natureza Duplicadora Ou Pós-Modernidade

Um carbono. Tudo o que se lhe imprimisse, copiaria fielmente. Nada faltaria, nem vírgulas, nem pontos. Eu não suspeitava que tivesse ao meu lado um surrupiador de ideias, alguém que se me aproveitasse do meu único tesouro: a minha inteligência. Não que esta fosse larga ou que a todo instante produzisse sensações acerca dos assuntos dos quais se alimentava, isto não seria verdade se lhe afirmasse; tampouco arrisco subestimá-la naquilo que de concreto acumulou e pôde passar a frente com franqueza e convicção aos outros em conversas despretensiosas no bar ou no telefone em que me demorava horas em dissertações infinitas até mesmo a respeito de coisas ordinárias que não ocupariam um espírito dito sério. Tenho comigo essas considerações agora, porque na época, não me passava pela cabeça o assalto intelectual do qual era vitimado por essa natureza que julgava sensível, atenciosa e romântica. Sem me dar conta de que sofria de carência de ideias próprias, mantinha, sem reservas, uma