Marina Silva: mais do mesmo mesmo?
Marina
Silva é o Lula do primeiro mandato. Sem nenhuma diferença. Exceto,
aliás, que, agora conhecemos quem foi o Lula do primeiro mandato. E
talvez isto ajude a fiscalizá-la melhor, porque, como o
ex-presidente, para alcançar o poder e lá se manter, fará acordos.
E os acordos, descaracterizadores da plataforma política da
ex-senadora, comprometerão a biografia da candidata à presidência.
Nessa altura, creio, nenhum dos candidatos tem grande preocupação
com sua biografia política. E não há muitas diferenças entre
eles. Aécio Neves, Dilma e Marina prometem a manutenção da
política social e econômica, portanto, além dos pequenos ajustes,
não se pode esperar a mudança estrutural do país, apenas
conjuntural. Tudo como dantes no quartel de Abrantes, eis o ditado
que os define. Se o PSDB é um pecador confesso; o PT, um pecador
arrependido; o que pensar do PSB de Marina Silva, com relações tão
perigosas quanto as de outros partidos? Luciana Genro - a
candidata mais bonita da corrida presidencial-, lembra o Lula da
década de oitenta, com mais charme e poder de persuasão. E com
maior coragem. Pastor Everaldo é carta fora do baralho, nem os
Estados Unidos preconizam mais as suas ambições. Levy Fidelix,
corajoso, seria um ótimo ministro da Economia ou da Fazenda. Nunca
um presidente. Não capitularei em meu voto: MARINA SILVA, embora sua
atuação nos debates e seu ecumenismo soem perigosos. A candidatura
de Marina Silva lembra em muito a de Lula. O slogan da esperança
contra o medo poderia ser reeditado sem desdouro pela candidata do
PSB. A esperança, representada por Lula, defraudou-se. Saberá
Marina Silva restaurá-la? Ou importa, apenas e unicamente, promover
a alternância de poder e não a de ideias? Marina Silva não pode
ser um ícone de frenagem da polarização PSDB/PT, precisa ser mais,
ter mais ousadia e se arriscar. Entretanto, na largada, com André
Lara Resende e uma representante da família Setúbal em seu estafe,
mostra-se bem menos do que o sonhado. A verdade é, sem divagações,
Marina Silva é uma ameaça à Dilma ou é sua reafirmação de outra
perspectiva? A gente não sabe quem ganhará as eleições
presidenciais, mas o panorama não é tão diversificado para o
desespero. A democracia está no voto nulo?
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