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Mostrando postagens de janeiro, 2009

Contos Rejeitados

Como a editora michou lá em Portugal, farei uma edição custeada pelo Fundação Mariel Reis para escritores desprovidos de proventos - cotizarei e venderei terrenos literários - lotes férteis e não áridos, para dar a luz aos contos que são muito bons. O Nei Lopes - amigo e professor de desacato - me presenteia com um prefácio. Um forte abraço Nei Lopes, meu irmão. E muito obrigado, muito obrigado mesmo. MARIEL ME DEU UMA DURA De repente, Mariel salta de sua literatura, me manda por a mão na cabeça e dispara: -- Escreve aí uma parada sobre meus contos rejeitados! Uma parada qualquer, ô coroa! Profissionalmente calmo, as mãos convenientemente postas sobre cabeça, tento o argumento: -- Mas... assim? Ora...Cadê teus babilaques, tuas credenciais? De forma inexplicável pra um sujeito chamado "Mariel" -- nome tão cubano quanto copacabano -- ele, agora tímido, me mostra seus "Contos rejeitados". Que folheio incontinenti. Caramba! Quê que é isso, chefia!? Que prosa é essa?

O Sonho Acabou...Este, desta Editora.

SINAPSES Editora Online para mim mostrar detalhes 25 jan (2 dias atrás) Caro Mariel Reis,Infelizmente, a Sinapses fechou. Não poderemos editar o seu livro. Desde já, as nossas desculpas.Pode encontrar no nosso site uma breve nota explicativa.Desejamos-lhe sucesso na procura por um novo editor.Cumprimentos,João Pereira

Ong's um Câncer Criado pelo Sistema?

O Estado entregou nas mãos da iniciativa privada o processo de liquidar as favelas do Rio de Janeiro. No período de reformas urbanísticas, Pereira Passos derrubou morros, expulsou populações para regiões distantes e deu ao Rio de Janeiro um ar parisiense. A população ficou satisfeita. Dito desta forma, a burguesia crescente se deu por achada e protegida sem a presença incômoda dos pobretões para enfeiar paisagem tão bonita. Não se sabe para onde os favelados foram. Pelo menos, eu não tenho notícias. Na década de 60 outro movimento parecido. Pode ser visto e atestado em produções como o filme Cidade de Deus. A ironia é de que a Barra da Tijuca cresceu para onde tinham sido enviados em eterno exílio os descamisados desta terra. Nisto, com tantos desníveis sociais e soluções paliativas a marginalidade toma conta dos conglomerados de excluídos. A violência se espalha. O tráfico de drogas se institui como crime organizado. A merda está feita. Isto resultado de uma ausência de política para

Sobre Geraldo Pereira e Assis Valente

Carlos, Não é Ismael Silva. Tampouco Noel. Não é Cartola. Ou Martinho da Vila, A vitrola toca quando a vida Fica ainda mais doída: A melodia dolente Do samba triste De Assis Valente. Este vazio De qualquer serventia. Não é Sinhô. Ou Donga, Não é Carlos Cachaça Ou Padeirinho da Mangueira. Quando a noite Rumou para o alto, Deitando sua luz No asfalto, A vitrola sozinha Pediu a companhia Do Escurinho e da Escurinha. O mundo quebrou Ali, depois da ribanceira. Quando a alma dói E sói acender a candeia da vida Peço um samba a Geraldo Pereira. Se for alegre Comemore, Se for triste Se afogue Porque o mar Da vida Não é herança De quem fica Mas de quem Morre.

DE MODO GERAL : REVISTA AO VIVO DE COMPORTAMENTO BRASILEIRO

Aconteceu ontem (14/01) no Cinematheque, em Botafogo, o evento De Modo Geral : Revista ao Vivo de Comportamento Brasileiro. Organizada pelo escritor gaúcho Paulo Scott, radicado na Cidade Maravilhosa, contou com a presença dos colunistas: João Paulo Cuenca, Rodrigo Penna e Allan Sieber. Os convidados foram Fausto Fawcett, Rogério Skylab, Marcio-André e Mauricio Gouveia – vulgo Mr. Baratos da Ribeiro. A descontração foi a tônica do evento, com comentários próximos ao nonsense sobre a realidade carioca, com a participação de platéia e discussões sobre a opinião dos convidados e colunistas, a noite prosseguiu entre risos, música e cerveja. A discotecagem ficou por conta de Flu, Mauricio Gouveia e a cena musical representada pela banda Leme agradou de maneira geral ao público que estava no local. Esta é o primeiro evento, que de modo geral, teve suas sortes e atrapalhações. Minha sugestão ao organizador Paulo Scott é a seguinte: um pequeno roteiro para ser debatido com os colunistas. Fazer

Sobre Um Lugar Escuro...

Isto é para que ninguém esqueça: Na Pavuna – Almirante; Na Feirinha da Pavuna – Jovelina Peróla Negra; Ela mora na Pavuna – Jorge Ben Jor.

Sobre João Gilberto

Descobri uma curiosidade. Se o próprio João Gilberto se integrasse à modernidade, escrevendo com uma regularidade bastante particular – isto é, duas postagens – e muito à sua moda sobre o seu ponto de vista sobre o corriqueiro deste mundo? Você, leitor, duvidaria, é claro. Eu também. Mas não deixei de me divertir com o achado deste diário virtual do mentor da Bossa Nova. O diário virtual do insuperável intérprete de Chega de Saudade é o seguinte: http://joaogilberto.blogspot.com/ A informalidade dos textos transparece com a primeira postagem, intitulada Teste, porque lhe parecendo tão simples o modo de operar as postagens aventa que se esforçasse um pouco mais teria inventado o sistema na década de 50. Esta postagem de 2003. A seguinte, desta época também, chamada de Começo insere personagens da solitária vida de João: a iguana Doralice e o morcego Johnny Alf. A primeira tem que ser convocada à sua presença através da música de mesmo nome em um ritual de sedução para que ambos se entre

Sobre o Livro Ensaios Radioativos

Ensaios Radioativos Marcio-André Ed. Confraria do Vento R$ 20,00 Ensaios Radioativos é um romance descontínuo. Coabitam neste livro angústias de um poeta que encarna o mundo e suas titubeações, limitando-se a indagar-se e a inquiri-lo sobre o lugar do homem sobre a Terra, isto é, se este se pode ver claramente nas frestas abertas por contaminações sofridas por estar em meio ao processo de avanço tanto tecnológico quanto emocional. A poética dos espaços se traduz eximiamente quando Marcio-André se esforça para convencer-nos de que a loja de discos está e não está ali – dependendo simultaneamente de ambos os olhares – isto quer dizer, evidenciando de que todas as coisas estão a se espiar continuamente. Investigam sua natureza oscilante para encontrarem sua parte permanente ou eminente caso não consigam fixar-se sobre si mesmas o olhar andarilho e sem escolha. A visita a Cidade Fantasma em Chernobyl é uma estrada percorrida e vazada por este traço, um hiato em que o homem se reprocessa

Zonas de Exclusão: Outros Subúrbios.

Participei deste evento na mesa Fim da Fronteira: Propostas para um Subúrbio além do Subúrbio. O acaso me ajudou bastante, porque dois dos convidados para participarem faltaram. Então, o evento promovido pela revista e editora Confraria do Vento, mediado por Victor Paes, me retirou do banco de reservas e lá estávamos tratando do assunto com os demais convidados, entre estes : Paulo Roberto Tonani do Patrocínio, Julio Ludemir , Berimba de Jesus e eu mesmo. O evento aconteceu na Biblioteca Pública do Irajá, contando com mais uma mesa, intitulada A Cidade Invisível : O Subúrbio Fora dos Determinismos. Nesta mesa estavam os escritores Marcelo Moutinho, Paulo Scott, Paulo Lins e Fernando Molica. A mediação ficou por conta do pesquisador Clóvis Bulcão. As discussões provocadoras e os debatedores provocativos dividiram com o público sua concepção desta divisão, deste corte integrado tanto à nossa geografia quanto à nossa concepção política sobre os dois lados desta cidade: além túnel e aquém

Sobre Holdemar Menezes e Outras Questões

Nesta última semana, estou recuperando o tempo perdido para o resgate de alguns bons autores pouco falados. Um destes é Holdemar Menezes, escritor cearense/catarinense como gostava de se auto - intitular, (1921 - 1996). Escreveu livros de contos importantes, apesar de não constar nas infinitas antologias de melhores narrativas disto e daquilo, tem livros importantes no gênero: Eleitos Para o Sacríficio, A Sonda Uretral e A Coleira de Peggy - este último um romance que pode ser lido sem problemas por partes como se fosse desmontável. Outro que merece minha atenção é Hélio Pólvora. Escritor baiano, elogiado por Juan Rulfo, conhecedor profundo da arte do conto. Indico o livro que estou lendo - Os Galos da Aurora e Outros Contos. E, por último, mas não menos importante, Sérgio Faraco, escritor gaúcho - Contos Completos. Este teve a sorte de constar nestes compêndios de melhores narrativas, estando por este motivo salvo do ostracismo e do esquecimento. Dicas deste início de ano. Um abraço.