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Mostrando postagens de setembro, 2013

Norman Mailer

A fotografia da capa da revista Times não me saía da cabeça. Lá estava ele, vestido com um terno caqui, de gravata colorida, os cabelos desgrenhados pelas mãos dela, enrolada em um roupão de banho amarelo, com a mecha do cabelo loiro cobrindo um dos olhos, a boca insinuando um sussurro e a legenda sugeriria uma intimidade entre os dois. E o fundo branco parecia alçá-los ao céu ou navegavam em uma nuvem ou em um barco no túnel do amor celestial. A legenda arrolava uma relação perigosa entre os dois. E não seria a primeira vez que a garota estaria metida em encrenca. Ela tinha atração por sujeitos assim. A lista de suas principais paixões atestava a sua queda por tipos iguais àquele. Não tinha culpa. Era sempre fisgada pelos mesmos caras. Chamava a isto de atração fatal. Miller, Mailer e Kennedy. Dois escritores e um presidente. Em comum, o fato de serem judeus. Ela não se importava. Devia ser uma coincidência. Uma peça do destino. Os outros dois não me importam - Mille
Envelhecendo com elegância ‘Assis Brasil é o continuador da tradição beckettiana, optando por uma estratégia narrativa similar a obra Companhia do autor irlandês. E ambos, tanto Samuel Beckett quanto Assis Brasil -, não temo colocá-los em uma mesma frase -, discípulos literários de Franz Kafka que vivia, em si mesmo, a própria contradição engendrada pelos autores citados em suas obras’   Mariel Reis ( marielreis@ig.com.br ) Os que bebem como cães , obra do escritor piauiense Assis Brasil , ganhador, à época, do prestigiado prêmio Walmap (1975), é aventado como a alegoria sobre o regime de exceção que se abateu sobre o país durante os governos militares. Uma alegoria sobre a opressão, como muitos costumam classificá-lo; é um modo reducionista de abordá-lo, ainda que não seja inteiramente incorreto. Nesse período, a ficção do país era marcada fortemente por um realismo quase documental expresso em obras que, senão recriavam o romance regionalista, pretendiam e