Entrevista de Reinaldo Ramos
Mariel, que você acha desses argumentos de que a polícia tá sendo manipulada pra limpar terreno pra milícia,
Este é um argumento arriscado demais. É preciso que o Governo do Estado garanta os investimentos feitos no Rio de Janeiro tanto para as Olimpíadas quanto para a Copa do Mundo. Não entregaria o território de um grupo de marginais para outro. E como defendi em meu artigo abaixo, não devemos apenas apertar o cerco somente contra os marginais. Também devemos punir exemplarmente policiais corruptos, advogados e toda a autoridade envolvida em ameaças à sociedade. Não por ética, isto se valendo da ótica do Estado, mas para manter o Rio como um pólo de investidores do porte destes citados acima, porque em 2014 teremos eleições e todos querem um lugar ao sol.
que a opinião pública tá sendo manipulada por interesses conspiratórios escusos,
Este é um argumento arriscado demais. É preciso que o Governo do Estado garanta os investimentos feitos no Rio de Janeiro tanto para as Olimpíadas quanto para a Copa do Mundo. Não entregaria o território de um grupo de marginais para outro. E como defendi em meu artigo abaixo, não devemos apenas apertar o cerco somente contra os marginais. Também devemos punir exemplarmente policiais corruptos, advogados e toda a autoridade envolvida em ameaças à sociedade. Não por ética, isto se valendo da ótica do Estado, mas para manter o Rio como um pólo de investidores do porte destes citados acima, porque em 2014 teremos eleições e todos querem um lugar ao sol.
que a opinião pública tá sendo manipulada por interesses conspiratórios escusos,
A opinião pública defende aqueles que deve defender, a parte da cidade que lucra, cresce e absorve a mão de obra barata dos subúrbios: a classe média. Ela, a opinião pública, defende os interesses destes moradores das áreas ilustres, de uma pequena burguesia crescente nos próprios locais de conflito, de uma parcela da população que se lixa com o que acontecerá com aqueles homens – porque antes de serem marginais, são homens, roubados de sua humanidade, vilipendiados. Porque é a classe média que preferiu a grande noite da ditadura no país, contudo não promoveu a justiça social. É a classe média que quer desfilar em seus luxuosos carros pelas avenidas da cidade e não quer ser incomodada pela escória da favela. Escória criada pela desigualdade social, pela invisibilidade sofrida por essas pessoas, que não é reconhecida como cidadã. Existem os desavergonhados, aqueles afeitos ao tumulto, picados pela mesma ambição que afeta os burgueses. Estes sobem na hierarquia das facções e se tornam empresários tão nocivos quantos aqueles que privatizam os bens do Estado -, para estes não há chance nenhuma de resgate, nem redenção. Estão contaminado pelo vírus neoliberal.
que "a favela esta se revoltando contra o asfalto",
São apenas traficantes. Não são moradores armados, reivindicando melhores condições de existência como protesto por uma vida melhor. São empresários do ramo das drogas, com seus funcionários que se revoltam porque são atingidos no âmago de sua relação comercial, estancando o lucro e ainda assim são obrigados a sustentar companheiros presos e suas famílias. O golpe que o Estado está promovendo para cima deles, prendendo cargas e armamentos é forte demais. Não é a favela contra o asfalto. São os traficantes contra a sociedade constituída, contra o Estado de direito. Embora eu julgue equivocada às ações de repressão, porque sou a favor do estrangulamento econômico da atividade do comércio de drogas, acho que é uma boa coisa o que está ocorrendo. É um equívoco em se colocar que é a favela contra o asfalto.
que isso é resultado da exploração da mais valia e da luta de classes e que é o estado burguês massacrando os pobres favelados,
O Estado defende os cidadãos que contribuem com seus impostos, portanto aqueles que mais contribuem pedem o conforto que merecem para o livre trânsito na capital. É um direito. O tráfico não tem nada com a luta de classes. Pode ser um reflexo distorcido do lugar aonde chegou o capitalismo, mostrando sua face mais brutal. O tráfico de drogas é o neoliberalismo, por isso chamou a atenção daquele rapaz de classe média, morador da Lagoa que arrendou uma boca de fumo. Por duas razões: ele deveria gostar de dar um dois e de dinheiro. São argumentos batidos ressuscitados toda vez que alguma convulsão que envolve desordeiros de origem pobre ocorre. O teor revolucionário do tráfico é tanto quanto de um general do período de chumbo, portanto nenhum. Os dois apenas manutencionam o status quo, somente com uma diferença: a classe média sempre esteve no topo da cadeia social que desencadeia os eventos de sanitarização social e os bandidos querem adentrá-la à força. Não assistimos a notícia de que a mulher do traficante Polegar, da Mangueira, foi presa em um condomínio de luxo na Barra da Tijuca?
dos argumentos de gente que nunca morou em favela, nem sonha como funciona a polícia mas fala como se tivesse crescido em uma e trabalhasse na inteligência da outra....
Todos nós viramos analistas em períodos como esse. Talvez seja uma forma de enxotar a impotência, um modo de colaboração indireta, sujeita aos erros e acertos, mas, creio, bem intencionada em sua maioria. Todos sonham teorias absurdas para a resolução das questões como a violência desde o uso extremo da força -, de não só a supressão da liberdade como da vida também; como o isolamento absoluto de todos os marginais em um campo de concentração em algum lugar do país para que penitenciados severamente se regenerem, uma Sibéria tropical. Eu mesmo disse em artigo que conseguiremos pacificar as favelas, tomar os pontos de venda dos traficantes, entupir presídios, conter rebeliões devido a superlotações das prisões, porque o aparelhamento do Estado é muito forte, contudo não atingiremos a questão que importa: o que faremos em relação às drogas? Com o fim do tráfico de drogas nos morros, estaremos seguros? O tráfico não poderá se reinventar?
tô vendo tão pseudomarxistatetrahidrocanibinóico ruminando merda .....
Nisso, eu concordo.
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