Entrevista com Oswaldo Montenegro



Oswaldo Montenegro, através de sua assessoria de imprensa, na figura da atriz Kamila Pistori, me concedeu a entrevista abaixo. Com respostas curtas e certeiras, pontua obsessões e desejos. Relata a experiência sobre o filme, discorre sobre a literatura e aponta rumos para o próximo ano -2011- com a alegria e o desprendimento de um artista independente.


1) As críticas do filme Léo & Bia, apontam para o aspecto inovador e audacioso de linguagens que são fundidas para benefício do longa - o aspecto teatral, musical, cenográfico - isto em algum momento trouxe algum receio na execução do filme?



Não. O que regeu a realização desse filme foi a liberdade. Tenho pautado minha carreira nessa idéia de que liberdade não é um luxo, é o mínimo. Falo o que dá na cabeça, corro riscos e aceito elogios e críticas como normais pra quem vive assim.



2) Como é ser aclamado como um diretor promissor em um filme experimental no sentido de fusão de linguagens? E, posso estar enganado, sendo a película um palimpsesto, a idéia do inacabado, tem por principio atingir o espectador, exigindo sua participação no desenrolar da trama?


Fiquei honrado com a receptividade da crítica. Sobre a segunda parte da pergunta, de certa maneira, sim. Como o filme trabalha com arquétipos, cada um que assiste localiza aquelas pessoas, aquela trama, num lugar pessoal, em algum ponto da sua história e passa a ser um co-autor indireto.


3) Como ser um artista que procura a totalidade através das mídias onde seu talento se derrama.


Acho que a pós-modernidade facilita isso. As mídias estão cada vez mais próximas e o direito de usá-las cada vez mais nítidos.




4) Como é sua relação com a literatura?


Sou filho de uma professora de literatura e apesar de amar os livros, tenho lido menos do que gostaria. Assistir filmes tem sido minha obsessão. É claro que a literatura dialoga com a música o tempo todo, mas ser músico é a minha prioridade.



5) e, finalmente, os projetos para 2011 – se teatro, se novo disco, se filme ou uma aventura no Alasca ou região inóspita do planeta ou mais modestamente incursão ao coração de uma jovem para se desdobrar sobre o amor e cantá-lo mais tarde.



Ainda não pensei em 2011, mas todas as opções que você deu são muito interessantes.

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