O stalinismo não pede desculpas

O núcleo petista e Dilma são stalinistas. A admissão de erros na condução política do país é uma atitude, para eles, impensável. Kruschev, ex-líder da extinta União Soviética, para apagar sua inexpressividade política, resolveu chocar o mundo revelando as ações de Stálin, antes um companheiro impoluto. A maioria dos comentaristas políticos iludidos creem em uma autocrítica do Partido dos Trabalhadores – se ela for realizada terá os moldes da praticada por Fidel Castro exposta no livro Autocrítica, isto é, sem nenhuma descida ao inferno ou alusão aos problemas estruturais de pouco mais de uma década de poder. O stalinismo não pede desculpas. Mesmo contra todas as evidências, permanece impávido; embora com muitas rachaduras no colosso com pés de barro que se desfazem rapidamente. O sucessor da atual presidente, além da promoção de um novo alinhamento econômico junto ao progresso do país, enfrentará o passado sombrio de uma administração engessada pela burocracia e o inchaço estatal. A coalizão em torno de seu governo deverá fortalecê-lo para apuração de crimes contra a administração pública, promovendo a punição dos responsáveis. E se lhe sobrar algum tempo, após as correções das imposturas da administração anterior, poderá se inscrever na História como Kruschev, o vingador insuspeito – porém repleto de culpa. Restando saber se da vergonha dos crimes stalinistas ou de uma secreta inveja do antigo camarada.

Comentários

Anônimo disse…
O artigo é formidável!Mas pergunto ,se nós brasileiros estaremos tontos nesse labirinto por muito tempo, uma vez que a burocracia e o inchaço estatal são elementos estruturais do nosso DNA.Por mais que façamos críticas com uma base mais "liberal",no sentido de expurgar alguns de nossos males;estaremos repetindo a atitude de uma de suas personagens do livro "Linha de Recuo" no conto "Gene".

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