Encontrando Ben Grimm
Em
Quarteto Fantástico ou Mississippi em
Chamas eu apontava um aspecto negativo na escalação do elenco,
advertindo sobre o conteúdo racista implícito por se ter um ator
negro interpretando o personagem Tocha Humana em um país em que a
segregação racial foi contundente com a presença de uma
instituição americana: a Ku Klux Klan. A recente leitura de
uma crítica do
filme acrescentou um novo dado sobre a
amizade entre
Ben Grimm e Reed Richards: uma
infância pobre, violenta e cercada de incompreensão. A exclusão de
ambos parece ligá-los, cimentando o laço que os unirá dali por
diante: um protegerá o outro – a
integridade física de Reed e a
psíquica de
Ben. Na
verdade, de uma outra perspectiva, O Senhor Fantástico e O Coisa são
o mesmo personagem cristalizados em consciências diferentes. A
história de amizade dos dois renderia, por si mesma, dentro da nova
argumentação da película, um filme que poderia ser dirigido por
Gus Van Sant (diretor de Gênio Indomável). O menino do lixão e o
nerd, pertencentes a baixa extração da sociedade americana,
protagonizam um momento de alta voltagem de sentimentos
conciliatórios e também contraditórios.
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