Poemas
Os poemas abaixo estão em ordem de qualidade, embora todos tenham um sginificado particular em trajetórias íntimas, ligadas diretamente ao meu amor. Foram feitos para Aurea e lidos para Helena Ortiz quando organizava o Panorama da Palavra no Teatro da Candido Mendes em Ipanema. Outro que escutou e desejou vê-los publicados é Máximo Lustosa, escritor e poeta, que se impressionou com parte do que aí vai escrito. Para satisfazê-lo digo uma novidade: o livro sairá. Já tem um título: COSMORAMA.
Para Aurea
Signo
ígneo
flor de fogo
na linha do muro
Pequeno sol
aceso
lâmpada / combustível
Até extinguir-se
Em pêlos, curvas
linhas estreitas
marcas de unha
II
Amor
Lanças e Sombras
Despenhadeiros e Destinos
Corte no supercílio
Cabelo arrumado em trança
Imóvel - lança-se o cupido
No armário da lembrança
sonha o pequeno deus consigo
III
Linhas
Vãos
Desvios
Mãos.
Eu amo a cor
dos seus lábios
incandescentes
que marcam vivamente
a minha pele
que apela
como lava
para a sua língua
que lavra
meu corpo
com suas palavras.
Mil camelos
carregam os presentes do meu amor
todos brilhantes
diamantes, safiras, rubis
e nos meus olhos vai a tua imagem
por que quando desapareces
eu sumo de mim.
IV
Alegre/ veste a dúvida/ A existência é uma dívida
V
Sonhou a borboleta / Asas de sol e lua/ O olho aberto : o lago
O amor lastreia fogo sob a pele
encoleriza o vento nos cabelos
chama o uivo dos mares
o bramido dos lobos
o amor lastreia sinais
cobre continentes
aumenta águas
com seu sangue
o amor rastreia o jogo
a cisma
a mágoa
aponta em cima
e apaga
a lástima
a dor
mínima?
o amor
em si
já se basta
como basta
pra dois
a rima
do amor
e da palavra
Avião desavisado
na pista do ar
coração siderado
jogado em alto mar
como vento fugidio
pelas janelas do tempo
sigo em pensamento
o seu tipo
por arranha - céus e precipicios
como se fosse encontrar
a sua essência no céu
avião desavisado decola
toda vez que prova seus lábios de mel
virgem puta mãe irmã
santa luz clara manhã
como se em cruz marcasse
em sempre vivas
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