No calçadão de Ipanema vejo Ivan Lessa – está na companhia de dois outros senhores de idade que só depois reconheço – Ziraldo e Jaguar. É a primeira vez que os avisto juntos, conversando, exercendo a bundologia – arte caríssima ao grupo que dedica a ela boa parte do tempo em que atravessa a faixa da calçada, inspecionando as virtudes das beldades, comentando entre si as riquezas naturais de nossa cidade tão cara ao olhar turístico desse quase inglês: Ivan Lessa. Ivan Lessa vive na terra da Rainha, como gosta de dizer. É quase brasileiro quando está entre nós, frisando com isso que ainda mantém certa distância da assoladora síndrome de vira – lata que acomete a todos os seres viventes do terceiro mundo. Não sente a mínima necessidade de escrever, ressalta que é quase um acidente e aqueles que não descobrem em seus livros verdades tão profundas quanto as escritas por Proust podem esquecê-lo, porque não o merecem. A minha aproximação não foi das melhores. Evocando minhas memórias sobre o ...
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