Eu, o Sesc e a Literatura

O Sesc – São João de Meriti terá uma atração inusitada para a região: a presença de um escritor. Isso não é uma novidade, porque muitos medalhões da literatura brasileira já passaram por lá, expondo seus trabalhos, sendo entrevistados e batendo papo com a platéia. Eu mesmo só vi alguns escritores de perto porque visitavam o Sesc – isso no tempo em que nem a grana da passagem sobrava para essa coisa supérflua chamada cultura. Porque lá em casa isso tinha um nome que deixava um gosto bom na boca: arroz e feijão. Porque depois de José ou emparelhado a ele, eu e meus doze irmãos não conhecíamos a expressão ou se tínhamos conhecimento dela, não era uma impressão correta, porque atribuíamos a alguns produtos televisivos essa chancela.

Riacho Doce, O Santo que Não Acreditava em Deus, Tenda dos Milagres, O Homem que Falava Javanês e episódios criminais exibidos em genéricos do Linha Direta, programa exibido na emissora odiada pela maior parte dos xiitas comunistas. Lá em Pavuna era comum se discutir como se criou, fortaleceu e consolidou o império da TV PLIM PLIM. Talvez fosse a discussão mais séria nos bares, das pessoas informadas, ditas esclarecidas. Ressaltavam que o monopólio televisivo implantado pela dita cuja era abusivo, em nenhum lugar do mundo as coisas funcionavam assim. Muitas teorias conspiratórias: JK assassinado, Castelo Branco também, Jango injustiçado e só não foi morto, porque apelou para o exílio. O último que iria mudar esse grande país, para os pavunenses, era o Sr. Tancredo Neves. Também morto pelas forças ocultas, como diria esse outro presidente que freqüenta o imaginário da minha terra. Alguns apontavam Glória Maria como testemunha do crime cometido por essa corja que não quer ver o país desatrelado da carroça.

Divaguei. Voltemos ao Sesc – São João de Meriti. Um escritor da nova geração irá até aquelas bandas, no dia 30/05, em um evento que terá inicio às 14: 00 deste dia com uma exposição da trajetória desse individuo, com todos os prós e contras de uma educação pública, convivência lado a lado com problemas sociais e desapontamentos ideológicos. Bem, é melhor informá-los, mas não pela metade, o convidado sou eu – MARIEL REIS. O escritor é bom que ele baixe na hora certa, porque se não a decepção será amarga e o público não perdoará e sairá de lá dizendo que santo de casa não faz milagre. Será mesmo?

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