A Gravata
A gravata é um utensílio do vestiário que surgiu no século XVII, sob reinado de Luís XIV para distinguir no batalhão empregado pelo rei os soldados croatas. Estes eram facilmente reconhecíveis porque usavam um grande lenço ao redor do pescoço. A palavra gravata é uma corruptela de croata. O poeta mineiro Carlos Drummond de Andrade referia-se a este símbolo em um dos seus poemas de modo a negativa-lo, classificando-o como uma serpente enrodilhada ao pescoço. Como se o utensílio representasse na sociedade uma identidade de opressão do qual é preciso se livrar para se estar feliz. Tom Zé, compositor baiano, assinala desta maneira sua relação com o penduricalho: "A gravata já me laçou/a gravata já me enforcou/amém/ A gravata já me laçou/a gravata já me enforcou/amém//Um cidadão sem a gravata/é a pior degradação/é uma coroa de lata/é um grande palavrão/é uma dama sem pudor/estripitise moral/é falta de documento/é como sopa sem sal." O compositor carioca Jorge Benjor parece saber b...