O Narrador , ou O Olho - Porco
Eu, tudo eu, só eu, reclamei durante minha infância e parte da adolescência. Minha vida era observar as cerimônias familiares, tanto da parte do meu pai quanto de minha mãe.
Meu pai me chamava de O Olho – não por minha capacidade inata de observação dos fatos, mas por minha gula. Era uma abreviação de olho grande, porque toda minha concentração estava em mastigar. Parecia um urso se preparando para hibernar, acumulando ao máximo gordura.
Minha mãe concordava com o apelido. E somava ainda outro, tornando composta minha denominação, esse bem menos agradável, referindo-se aos meus hábitos higiênicos tão poucos em dias. Talvez meu contato com o surrealismo tenha vindo desta combinação de palavras Olho – Porco.
Olho – Porco era um apelido que tinha muito de palavras mágicas. E , acabava por me transformar nesse animal fantástico, enorme, flutuando acima das cabeças, como um balão em forma de porco ou um olho gigantesco que grunhisse. Isso atiçava minha imaginação.
O Olho – Porco teve uma duração muito curta. Prossegui minha vida, pensando nesse olho, na adjetivação que depois, mencionada de uma forma diferente, por meu avô materno, quando se referia as leituras do evangelho por meu pai, que lia com olho porco coisas sagradas. E quando me viu interessado por escritores, ele, meu avô materno, me advertiu que eram homens que tinham o mesmo olho porco de meu pai, que tomasse cuidado para não desaprender a ver as coisas.
Eu, só eu, tudo eu. Então quando estava sentado no meu canto, olhando uma pequena, minha mente já não se limitava aos contornos objetivos daquela figura, acrescia a imagem de palavras e gestos que gostaria que tivesse. Imaginava porcarias.
Para quebrantar minha vontade me incumbiam de tarefas físicas. Isso ajudará a afastar os maus pensamentos, meu pai sentenciava. E, basta seu avô perturbando com isso de ler outros livros que não a bíblia, então, quando quiser exercitar o Olho – Porco – porque ele também considera impura as leituras de livros estranhos – você pode fazê-lo escondido, e me conte. Ah, tenho um presente para você. Desembrulhava um livro sobre o Golem.
Meu avô, vendo em minha mão aquele volume, tratou de contra – atacar, e, no dia seguinte, eu tinha o livro Minhas Histórias Bíblicas.
Meu pai me chamava de O Olho – não por minha capacidade inata de observação dos fatos, mas por minha gula. Era uma abreviação de olho grande, porque toda minha concentração estava em mastigar. Parecia um urso se preparando para hibernar, acumulando ao máximo gordura.
Minha mãe concordava com o apelido. E somava ainda outro, tornando composta minha denominação, esse bem menos agradável, referindo-se aos meus hábitos higiênicos tão poucos em dias. Talvez meu contato com o surrealismo tenha vindo desta combinação de palavras Olho – Porco.
Olho – Porco era um apelido que tinha muito de palavras mágicas. E , acabava por me transformar nesse animal fantástico, enorme, flutuando acima das cabeças, como um balão em forma de porco ou um olho gigantesco que grunhisse. Isso atiçava minha imaginação.
O Olho – Porco teve uma duração muito curta. Prossegui minha vida, pensando nesse olho, na adjetivação que depois, mencionada de uma forma diferente, por meu avô materno, quando se referia as leituras do evangelho por meu pai, que lia com olho porco coisas sagradas. E quando me viu interessado por escritores, ele, meu avô materno, me advertiu que eram homens que tinham o mesmo olho porco de meu pai, que tomasse cuidado para não desaprender a ver as coisas.
Eu, só eu, tudo eu. Então quando estava sentado no meu canto, olhando uma pequena, minha mente já não se limitava aos contornos objetivos daquela figura, acrescia a imagem de palavras e gestos que gostaria que tivesse. Imaginava porcarias.
Para quebrantar minha vontade me incumbiam de tarefas físicas. Isso ajudará a afastar os maus pensamentos, meu pai sentenciava. E, basta seu avô perturbando com isso de ler outros livros que não a bíblia, então, quando quiser exercitar o Olho – Porco – porque ele também considera impura as leituras de livros estranhos – você pode fazê-lo escondido, e me conte. Ah, tenho um presente para você. Desembrulhava um livro sobre o Golem.
Meu avô, vendo em minha mão aquele volume, tratou de contra – atacar, e, no dia seguinte, eu tinha o livro Minhas Histórias Bíblicas.
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