Passeatas em São Paulo, Rio de Janeiro, Modelo de Transporte Público, Passe Livre e outros bichos.
'Fernando Haddad perguntou quem pagaria os custos elevados com a implantação do passe livre nos ônibus na cidade que administra e a resposta não poderia ser tão simples: ele poderia consultar se seus padrinhos políticos – Luiz Inácio Lula da Silva e Paulo Maluf. Ambos envolvidos em escândalos financeiros. O primeiro sofre de autismo político, alega até hoje que nada sabe do mensalão; e o outro, com dinheiro engordando em um paraíso fiscal, diz não reconhecer quem abriu a conta por lá e a quem pertence a fortuna ali depositada. ’
Mariel Reis (marielreis@ig.com.br)
O prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, manifestou-se contra a implantação do passe livre nas linhas de ônibus da capital paulista, alegando o elevado custo, aos cofres públicos, de R$ 6 bilhões de reais, caso resolvessem implementá-lo. Ele perguntou quem arcaria com a despesa tão alta?
Luiza Erundina, durante sua passagem pelo gabinete da prefeitura paulista, havia encampado a idéia, mas o projeto não passou pela Câmara Municipal. A opinião pública, na época, mostrou-se contra. A intenção era diluir o custo da passagem no IPTU. Contudo, lá estava lançada a semente teórica das manifestações sobre o modelo de transporte público tanto em São Paulo quanto nas demais capitais brasileiras.
As manifestações contra os aumentos abusivos de tarifas e contra o atual modelo de transporte público tiveram respostas duras do governo: repressão, censura e agressão por parte da polícia. Estudantes, civis e jornalistas agredidos utilizaram-se das redes virtuais para mostrar sua indignação e protestar ainda mais contra a brutalidade de que foram vítimas. O episódio reitera a máxima de que no Brasil problema social é caso de polícia e não de políticas públicas.
As prefeituras, pelo menos a do Rio de Janeiro ou a de São Paulo, não propõem uma discussão ampla e democrática a respeito do espaço urbano e de sua utilização, consultando a sociedade civil, através de plebiscito, para a expressão de sua vontade. E quando há a manifestação dessa vontade logo ela é reprimida e taxada de criminosa com apoio de parte da imprensa do país. A exceção fica por conta da imprensa independente e das redes sociais que procuram revelar outras facetas dos fatos e discuti-las abertamente. José Luiz Datena, da emissora de televisão Bandeirantes, apresentador do programa Cidade Alerta, manifestou-se dessa forma, acerca dos últimos episódios da passeata em São Paulo: “Entre bandido e polícia, prefiro a polícia. Entre a polícia e o povo, prefiro o povo”. Solidarizando-se com as vítimas agredidas.
Fernando Haddad perguntou quem pagaria os elevados custos da implantação do passe livre nos ônibus na cidade que administra e a resposta não poderia ser tão simples: ele poderia consultar se seus padrinhos políticos – Luiz Inácio Lula da Silva e Paulo Maluf. Ambos envolvidos em escândalos financeiros. O primeiro sofre de autismo político, alega até hoje que nada sabe do mensalão; e o outro, com dinheiro engordando em um paraíso fiscal, diz não reconhecer quem abriu a conta por lá e a quem pertence a fortuna ali depositada. O total das somas juntas representaria uma boa entrada. E o restante? Alguém perguntaria inocente. Os empresários beneficiados com licitações fraudulentas, superfaturadas, retirariam de cima de si mesmos um grande peso (mea culpa), presenteando à cidade, cobrindo aquilo que restaria para se atingir a cifra dos seis bilhões. A cidade do Rio de Janeiro poderia adotar o mesmo procedimento, porque padece da mesma doença e da mesma vertigem.
Entretanto, falemos a verdade, tanto Fernando Haddad quanto Eduardo Paes não podem se voltar contra os patrocinadores de suas campanhas políticas: os empresários. Nem mesmo a Dilma pode. Ou o Lula que, para se tornar presidente da república, abriu mais as pernas do que mulher de mal viver. E não importa a estatura do empresário ou de seu setor, se é empresário precisa ter seus direitos garantidos, não é mesmo? Estou indo correndo para me cadastrar no CEI (Cadastro de Empresa Individual) talvez assim minhas reivindicações sejam ouvidas e aconselho o mesmo a todo o brasileiro. Porque ser cidadão, em governos como estes, é algo fora de moda. Cidadão... esse camarada existe?
Comentários