Orelha para o livro, já lançado, Primeiras Pessoas, de César Cardoso, publicado pela editora Oito e Meio:
César Cardoso é íntimo das palavras. Utiliza-se delas para nossa diversão, mas não abandona o potencial de comoção que habita o fundo de cada uma delas. As Primeiras Pessoas, contos, marca sua estréia na ficção curta, embora seja redator de humor de emissora consagrada. É dramaturgo nos intervalos de sua vida absolutamente corrida e já foi agraciado com premiações que apenas confirmam aquilo que sabemos há muito tempo - o seu talento narrativo.
Quando me fizeram o convite para escrever a orelha, não hesitei na tarefa, porque, particularmente, tenho acompanhado a ascensão do autor, em uma perspectiva toda pessoal e nunca me vi decepcionado por aquilo que ele vem realizando ao longo de dez, doze, quinze anos? Não me recordo. E meu olhar, devido à amizade, nunca abandonou o rigor, quando nas vezes em que me deparava com algum texto do autor do volume e descobria nele o trabalho pertinente à execução do cozimento literário.
Deste modo, caro leitor, não hesite em adquirir o livro As Primeiras Pessoas. Os motivos são inúmeros, se elencássemos a todos. Mas pouparemos vossos olhos, nessa breve apresentação. Basta indicar que assim que abrir o livro não hesite leitor, siga em frente e leia Bem Unidos, Façamos. Detenha-se nessa narrativa e não será difícil o humor assomar-lhe à face. Vire à direita, entre com cuidado em Diz e Herança. E se restar dúvidas, retorne e apanhe durante a volta o Brinquedo.
A literatura brasileira contemporânea precisa de um volume de contos assim, repleto de lirismo, humor, mas com certo de amargor, como quando a lua bebia água no recipiente d’água e fugia quando se tentava tocá-la.. É meu caro leitor, César Cardoso sabe o que é a literatura e esse livro representa seu esforço em alcançá-la. E, de algum modo, ele conseguiu. Portanto, meu caro amigo, tenha a bondade, é essa nossa casa.
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