Momento Literário

Se interrogado por João do Rio, restringiria minhas respostas ao mínimo. Não negaria contribuição ao livro Momento Literário, porque representa importante panorama de uma literatura brasileira. Lá, sem dúvida, presenciam-se acertos. Inglês de Sousa é um deles. Talvez com o livro errado – O Missionário -, e não com Contos Amazônicos. Coelho Neto, Olavo Bilac e Rocha Pombo integram a constelação de escritores integrados ao projeto de mapeamento do autor de Religiões do Rio. Machado de Assis e Aluísio de Azevedo não responderam ao jornalista acerca de suas preferências e demais informações a respeito de sua formação literária. Uns fiapos, soltou Machado, em conversa em trajeto no centro do Rio. Negou-se a continuar quando se viu atraiçoado pelas próprias palavras, entrando no jogo de João do Rio e sua enquete. Aluísio de Azevedo silenciou, completamente. Daqui, desse século, o XXI, atravessado com custo, limitaria minha resposta a alguns autores em desuso. Já, em algum lugar, confessei-me leitor de Coelho Neto. Não de suas obras completas, mas em especial dos contos e do romance Turbilhão. Em um exemplar chamado Novelas Brasileiras, se não me engano, da década de 60, figura uma novela Os Velhos. Marco para minha admiração crescente pelo autor de O Rei Negro. Como o conheci? Nomeava um bairro próximo o nome do escritor e minha alfabetização deu-se com os nomes de placas de rua do meu bairro – todo povoado pela antiguidade clássica, exatamente por juristas (Drácon, Sólon, Catão, entre outros) e atento aos bairros vizinhos para lhe descobrir a história: Coelho Neto, Honório Gurgel, Rocha Miranda...Além de Coelho Neto, fez-me a cabeça, ainda na juventude, antes mesmo de Machado de Assis, Inglês de Sousa, o contista. E Rocha Pombo, No Hospício. Machado de Assis somou-se a eles, naturalmente, com O Alienista e Casa Velha. Se interrogado por João do Rio me comportaria, em minhas respostas, desse modo. A Alma Encantadora das Ruas talvez entrasse para a listagem, se a colisão com o ego do jornalista Paulo Barreto não fosse inevitável.

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