Amargos Frutos
O recuo
das intenções de voto em marina Silva é compreensível. As
associações, das quais falei em outra postagem, pesaram para a
candidata do PSB, além de clareza e firmeza sobre assuntos
importantes como a união civil gay, direito das mulheres e aborto.
Muitos analistas afirmam também que a política econômica pesou
bastante – o que, em minha concepção, não é verdade. As linhas
pouco divergem entre os candidatos majoritários em relação a
economia, praticam um maior ou menor liberalismo, portanto, descarto
que a política econômica tenha sido responsável pela queda da
candidata* e, sim, o recuo na discussão dos direitos civis de
minorias e a associação indesejada de Marina Silva com setores
menos progressistas. Aécio Neves subiu nas pesquisas, mas não
desperta temor. As eleições presidenciais, repletas de opções
empobrecidas politicamente, talvez seja a pior que se tenha vista nos
últimos trinta anos. O desaparecimento dos pensadores políticos e
estadistas – ainda que controversos – torna o panorama
desanimador. O país necessitaria de um segundo turno para manutenção
de sua saúde democrática ou para reforçá-la, mostrando a
determinados grupos que a reação de uma parcela da sociedade que
está insatisfeita e prepara um novo caminho para si mesma. O outro
caminho pode não se desviar tanto do velho e, geralmente, é o que
acontece quando se muda com responsabilidade, sem arroubos
revolucionários que levam muito tempo para ter resultados – muitas
das vezes, constrangendo aqueles que esperaram tanto por seus
frutos.
*A
própria presidente Dilma, reeleita ou não, afirmou que o primeiro
semestre seria de dificuldade para a economia. Retração, baixos
investimentos e crescimento abaixo do esperado com melhorias apenas
para o segundo semestre de 2015. Admitiu um princípio de crise
econômica. A troca de protagonista apenas iria disfarçar ou
escancarar o cenário negativo, que independente do dirigente, se
instalaria no país.
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