Debate Presidencial SBT

A iniciativa do Sistema Brasileiro de Televisão (SBT), inovadora, por adiantar dentro da programação televisiva o debate entre os candidatos à presidência da República mostra interesse de esclarecimento da população em relação as plataformas defendidas por cada um dos postulantes ao cargo máximo de nosso regime democrático e compreensão da rotina vivida por grande parcela dos eleitores que não dispõem de tempo para permanecer acordados até altas horas da noite para assistir a exposição de ideias que influenciarão, durante quatro anos, suas vidas. Levy Fidelix, candidato combativo, não se desviou de suas intenções, esclareceu equívocos em torno de sua legenda, apontando as mazelas do país com veemência; Eduardo Jorge, lacônico e humorado, apresentou-se com desenvoltura, ancorado na plataforma do Partido Verde, provocando risos na assistência. Luciana Genro, a candidata mais bonita da eleição presidencial, representa a esquerda clássica, a que foi abandonada pelo PT por volta dos anos 80, quando Lula pregava a insubordinação ao capital estrangeiro e o repúdio aos representantes do capital financeiro. Dilma, por ser candidata à reeleição e a atual presidente, não foi poupada de ataques. A candidata do PT procurou frisar os pontos fortes do governo, convicta de que é necessário um maior avanço e enfatizou os programas sociais. A força da candidata à reeleição diminui, não apenas por promessas não cumpridas, mas em razão da corrupção que para determinada parcela de eleitores era monopólio exclusivo da direita brasileira e se mostrou tão bem repartida entre todos. Marina Silva, apesar das contradições, seguiu bem no debate. Excetuando-se o fator religioso, as contradições da candidata do PSB representam o mesmo esforço feito por Lula, no primeiro mandato, para costurar o que chamou de governabilidade e antes disso o pacto para a chegada à presidência da República. A demonização do fator religioso da candidata do PSB por alguns setores da sociedade parece vista de uma perspectiva incorreta sociologicamente, porque a relaciona a consolidação de valores retrógados que a precedem e jazem na sociedade patriarcalista e patrimonialista brasileira, transmitindo-se, assim, através de estruturas de manutenção do discurso de poder. Aécio Neves, o rei pálido, não consegue a firmeza necessária, embora tenha atuado incisivamente durante o debate. A consolidação da figura de Aécio neves e a de tancredo Neves, explorada timidamente, deveria trazer frutos ao candidato se existisse uma ação de publicidade eficaz. O PSDB, alijado da principal corrida politica do país, tem no desempenho de seu candidato reflexo de uma gestão deficitária de sua imagem. O segundo turno das eleições prometem um desdobramento maior das propostas e um aprofundamento das diferenças entre candidatos. É o esperado em tanto marasmo “eleitoreiro”.

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