Mais Uma Nota Sobre o Livro Vida Cachorra

"Vida Cachorra" me segurou do primeiro ao derradeiro conto. Foi uma intensa experiência resgatada em antigas leituras, como quando fui apresentada à literatura de Dalton Trevisan, aliás, essa comparação é praticamente inevitável e não é desmerito algum para Mariel Reis, ao contrário, nos lembramos do autor de "O Vampiro de Curitiba" pela proximidade de seus universos temáticos e não por uma suposta forte influência do mestre curitibano da narrativa curta.



Mariel Reis domina a escrita em primeira pessoa e nos mergulha nos relatos confessionais de seus personagens, onde a inquestionável realidade nos envolve em crimes e histórias onde não se há mais nada a fazer a não ser conformar-se com a realidade da vida que mesmo cachorra, é vivida...



O conjunto de doze contos, cuidadosamente escolhidos, trazem uma unidade de estilo e tensão que se confirmam ao longo de todo o livro. Em momento algum a narrativa nos dá uma folga para respirar. Mariel Reis não perdoa, nos coloca cara a cara com o que a mente humana pode gerar quando abandonada na dureza e na falta de opção: só nos resta uma “Vida Cachorra”



Há tempos não sentia tanto vigor no estilo e na personalidade criadora de um autor nacional emergente.
Joana Cabral é contista e roteirista, escreve com regularidade no site http://www.tabletesculturais.com.br/
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