sueli
às vezes ele me bate. não é toda noite, não. só quando não trago dinheiro. aí ele se zanga, porque tem muita mulher doida por ele e que se eu não fizer minha parte, posso dar adeus. eu não complico. enquanto ele fala, vou para o banho. me livro da catinga dos outros homens, me produzo. ele, lá, na cama, reclamando. xinga mesmo. bate na cara da tua putinha. abro o zíper e uma chupetinha rápida dobra o malandro. com uma boquinha de veludo dessas e você tá dura. não entendo. o papo muda. a viração não deu muito. otário tá em extinção, sentencia. amanhã você vai faturar mais pro seu amorzinho, não vai? belisca a minha coxa. sim, meu amor. amanhã tem mais. ele dá umazinha mixuruca. finjo. vai garanhão. vai, mete fundo, na sua suelizinha. no fundo, um outro cliente. de outro tipo. praquele que a gente abre as pernas com prazer. e a gente é que paga. minha mãezinha, ele geme. minha mamãezinha. me castiga. morde o bico do meu peito. refeito, veste a roupa. me avisa que volta amanhã. nada de artimanhas. quer o dinheiro. nem um tostão a mais ou a menos. me esbofeteia a cara. segura meu pescoço com as mãos como se fosse me esganar. perco o fôlego. meus pés saem do chão, a vista embaralha. mortinha de amor.
Comentários