Cléo Pires Na PLayboy
A revista Playboy pretende ter em suas páginas a atriz Cléo Pires, de 27 anos, filha da atriz Glória Pires e do cantor Fábio Júnior. Se não é uma unanimidade entre os leitores a sua presença, porque não representa o gosto do público, o diretor da revista no Brasil, Edson Aran, sente-se satisfeito e recompensado por ela ter aceitado o convite. O cachê parece ter sido o responsável pela decisão da atriz. Em depoimento disse ter sido sempre assediada pela revista masculina, mas nunca conseguiram um acordo.
Com o nome do fotógrafo decidido, Jacques Dequeker, gaúcho, percebe-se que a escolha por um profissional competente, atuante no mercado de moda, pode resultar em fotos artísticas e com um acabamento elegante. Mas depreende-se que o fotógrafo se utilizará de todos os meios para esconder o principal defeito, para os leitores desta publicação masculina, Cléo Pires não é uma gostosa, no estrito sentido da palavra. A primeira fotografia divulgada pelo site IG mostra bom-gosto na realização do trabalho, mas carência por parte da modelo dos atributos da mulher brasileira. O corpo da atriz é correto, magérrima, limpo, liso e bem cuidado. Mas não é algo que impressione os marmanjos, nem que os faça comprar a revista por curiosidade.
Tem muita dona de casa que dá de dez a zero em Cléo Pires no quesito gostosura. Em se tratando de sex appeal, basta andar pelos calçadões dos bairros cariocas para se constatar que não há a mínima chance para a atriz. Portanto, Jacques Dequeker terá que caprichar com sua afortunada. Mas nisso é competente. Basta acessar seu site. Lá ele transforma modelos varapaus em monumentos. Talvez esse seja o segredo do verdadeiro fotógrafo. No entanto, não pode realizar milagres. E conta que a fotografada tenha os seus truques. Um charme que brote durante a sessão de fotografias. Caso isto não venha ocorrer, não há santo que resolva.
O ensaio de Fernanda Young convence pelo estranhamento, mas estava desfocado do público leitor da revista que gosta é de “cavalonas”, como se diz no linguajar do povo. Flávia Alessandra foi uma festa para os olhos, porque tudo estava ali, além de um competente profissional atrás das lentes. Sei que não devemos julgar, afinal é apenas uma das fotografias do ensaio que está divulgada. No entanto, não acredito na escolha da atriz, embora reconheça que a estratégia de convidar um fotógrafo como Jacques Dequeker, indica que ela está bem assessorada e em um bom caminho.
Embora no mundo da moda a exigência esteja caindo em desuso - de que as modelos precisam ser cabides ambulantes - nas passarelas já notamos que muitos profissionais estão atentos para as curvas das mulheres brasileiras, que influenciaram até mesmo arquitetos como Oscar Niemeyer. Este privilégio não se estende a atriz que se as têm são modestas e discretas. Mas é cedo para dizer algo de concreto sobre o sucesso ou o fracasso da revista. Se opção não é a melhor, existe ainda a tecnologia... Mas não nos precipitemos em considerações inúteis. Logo, logo estará nas bancas o resultado dessa aventura. Que pelo menos compense o investimento da revista. Caso não, o lema da tatuagem da atriz, cai bem como conselho aos investidores: “Live and let die”.
A exigência de Cléo Pires precisa ser ressaltada, pediu a revista que não houvesse retoque digital em suas fotografias. Isto é louvável. Mas negócios são negócios, mesmo que a direção prometa não mexer em um fio de cabelo ou não esconder as celulites alguém aqui vai acreditar? Cléo não seja ingênua, porque nós não somos.
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