Poema de Mariel Reis

Sempre reparo a felicidade dos objetos.

Repousam em locais inusitados e desejados:

O celular nas almofadas dos seios,
, um confidente dos anseios.

E no bolso da calça, vira um petiz
que toma nova lição geográfica.

Outro dia vi um pincel
como prendedor de cabelos,
indaguei.

— É para colorir os sonhos.

A moça se riu.

Os homens já são felizes
quando em aconchego
encontram um coração
o que é raro.

Na verdade, os objetos são xeiques.
Alguns são sultões:

possuem um harém numa única mulher.

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