Conversão
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h 33 min Depois de uma ligação ao meu irmão, desisto de visitá-lo.
A volta por São João de Meriti revela-me Reginaldo, quitandeiro,
antigo morador da rua Polo, irmão de Robinho. Antes dele, porém, um
outro, de voz pastosa, olhos injetados, me cumprimenta com mão mole.
A lembrança, em um vacilo, custa-me a devolver aquele rosto, perdido
entre inúmeros outros, em minha juventude. Notadamente, no intervalo
entre seu reconhecimento e a pronúncia de seu nome, debato-me contra
o fato de vê-lo bêbado contraposto ao do rapaz atilado e namorador
do colégio. Ele quer se ligar a mim, estabelecer uma conexão –
mesmo mínima – entre nós. E somente a tragédia, ele deve ter
suspeitado, poderia causar nossa (re)união. Ele – que sabia de
minha família numerosa –lamenta a morte de um de meus irmãos.
Apresenta sua solidariedade, quer saber se é verdade o falecimento.
Acrescento que não apenas é verdade, mas que havia perdido um outro
irmão em um curto espaço de tempo. A revelação lhe pareceu
demasiada, porque afastou-me, seguindo até o meio-fio, esvaziando as
vísceras. Era o segundo homem que me falava que a minha tragédia
era muito maior. Levantou-se ; e sem se despedir embarafustou pela
rua como que envergonhado do que havia chamado de pequena maldição:
o álcool e sua tibieza. O dono do barzinho pontuou, Acho que você
fez uma conversão.
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