Quarteto Fantástico 2015 ou Mississippi em Chamas



Os conflitos em Baltimore acabam por ter mais aliados ao lado da polícia do que dos negros. A refilmagem de O Quarteto Fantástico, com um ator negro no papel de Tocha Humana é de mau gosto. Em um país em que as questões raciais representam uma linha de tensão até hoje, mesmo após a segregação racial ou a eleição de Obama ou ainda, se observarmos mais longe, A Guerra de Secessão, fazer com que um negro entre em combustão espontaneamente parece uma apologia disfarçada das forças retrógradas encarnadas em instituições como a Ku Klux Klan. O diretor poderia tê-lo aproveitado, ao reformular o quarteto, como Reed Richards, emprestando – simbolicamente – maleabilidade e um novo status ao personagem – são poucos os cientistas negros nos filmes ou  nos quadrinhos. A maioria dos personagens afrodescendentes estão entre militares - nunca realizei levantamento de patentes; Nick Fury, na franquia dos Vingadores (o filme), é uma exceção honrada - ou marginais que às vezes optam pelo bem. O diretor , com a liberação das fotografias, alimenta a polêmica da intencionalidade da escalação do elenco. A novidade da refilmagem só não é inteiramente bem-vinda devido ao detalhe de notação racista.

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