Desmilitarização
As
inúmeras movimentações acerca da desmilitarização da Polícia
Militar esbarram na desinformação. Em uma conversa, esclarecendo
sobre o processo de substituição das armas de fogo dos policiais
por armamento não-letal, percebo a surpresa do interlocutor. Além
das outras medidas referentes a suspensão da hierarquia
institucional e outras ações. Aponto que o projeto proposto é de
Lindberg Farias (PEC-51),recebendo apoio de autoridades, como Marcelo
Freixo. O interlocutor promete se informar, quando acrescento a
unificação da Polícia Civil e Militar prevista pelo projeto e toda
incompatibilidade entre o plano de cargos e salários. Somado a isso,
o desarmamento da Polícia Militar defendido por uma outra ala, ainda
mais radical. A desmilitarização traria os policiais ao âmbito da
justiça civil, sem julgamento privilegiado em um tribunal militar,
sem a fraude de um IPM, segundo seus defensores; a crença de que o
braço, dessa forma, não tardará a atingi-los, com um pouco mais de
eficiência, é desconsiderar os poderes Executivo, Legislativo e
Judiciário com todo pandemônio e ineficiência. Novamente, por que
não consultar com a sociedade? Um plebiscito não seria o ideal?
Campanhas pró ou contra com argumentação limpa a respeito não
representariam um caminho? A minha posição é contra a
desmilitarização, embora contrarie, com ela, uma íntima
indisposição com a Polícia Militar e a Polícia Civil por questões
pessoais. No entanto, a minha principal contrariedade à
desmilitarização está disposta sobre mecanismos legais da
integração de ambas as polícias, com a equiparação de direitos
cuja discussão deveria estar na mão de juristas como também da
OAB. Um outra palestra, proponho o redirecionamento do Exército,
estendendo à Polícia Militar, diretrizes sociais que integrariam
ambos à sociedade produtivamente. Referia-me as instituições de
ensino superior militares, à exceção de poucas, cuja serventia
social da formação do indivíduo é nula e grande é o gasto para
mantê-las sem uma contrapartida. Para a reestruturação dessa
mentalidade precisaríamos de um Ministro da Defesa com coragem. A
Polícia Militar é fácil atingi-la; o Exército, isto é, as Forças
Armadas, não. E o Brasil poderia aproveitá-las de um modo melhor
com a reorientação por Lei e o esvaziamento de poder de
determinadas instâncias que a conservam comodamente mais como um
ônus do que um bônus.
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