Testes
Testes não são bem vistos. Eu não tenho nenhum amor por eles. E não provam nada. Quando menor, levado ao psicólogo, fui submetido a testes de qi. O motivo era minha hiperatividade e minha criatividade. O baixo rendimento escolar alavancou a decisão de meus pais. Por que, eles se perguntavam, ele se interessa tanto pela matéria A e a B fica às moscas? Por que ele não se interessa por nada do que começa? O psicólogo que me aplicou o teste, respondeu: “Porque se tornou fácil”. Meu pai não admitia a explicação. Se justamente havia se tornado fácil, porque eu me entregava ao fracasso? Por que era arrastado para ele como para um bueiro? Por que a vagabundagem – leia-se desenhar, compor, pintar e dançar – doutor? Eles levaram um longo papo. E eu na minha, rabiscando inúmeros papéis. O psicólogo me perguntou se eu me sentia diferente. Respondi às vezes. Como? Me sinto mais burro. Muito mais burro. O resultado do seu teste foi de 135. Ele me falou isso com a intenção de me fazer um elogio. Na e...