Duas Versões do Exílio

A Canção da Canção do Exílio

No centro da cidade, na Rua Gonçalves Dias,
Meus pés traçam o caminho do exílio:
Ó pátria, onde estão os seus filhos,
Que não em minha companhia?

Meu corpo recostado na mangueira,
Os olhos percorrendo os classificados.


Canção do Exílio Contemporânea

Na Rua Gonçalves Dia em pleno sol
Segue grave, o homem de paletó,
Leva consigo bugigangas da China.

Em uma das mãos o DVD pirata;
Na outra, a colorida sombrinha.
Está de olho no cordão de prata

Vendido na banca do ambulante;
Que alardeia a pureza constante
Da mercadoria apregoada. O sol
Intenso faz a roupa ficar empapada.

Debaixo da amendoeira da esquina
Verifica a algazarra e toda confusão,
Assalta-lhe o pensamento:“A Pátria!”
Acena ao ônibus, dói-lhe o coração.

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