Quando eu morrer

Quando eu morrer,
Uma canção qualquer
Desprender-se-á daquela folha
Que roça o vidro da janela.

Pássaro intranqüilo
De canto indiviso
Trancará minha imagem,
Em vulto longínquo
Sem ensaio algum
Deste ponto da paisagem.

Quando eu morrer,
Determinará números
E sinais certa natureza
Que finitos em beleza
Seqüestrarão toda a metafísica:

Erguidos os ossos do dia,
Quem o manterá aceso?
A natureza mineral do medo?

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