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Mostrando postagens de setembro, 2010

Testes

Testes não são bem vistos. Eu não tenho nenhum amor por eles. E não provam nada. Quando menor, levado ao psicólogo, fui submetido a testes de qi. O motivo era minha hiperatividade e minha criatividade. O baixo rendimento escolar alavancou a decisão de meus pais. Por que, eles se perguntavam, ele se interessa tanto pela matéria A e a B fica às moscas? Por que ele não se interessa por nada do que começa? O psicólogo que me aplicou o teste, respondeu: “Porque se tornou fácil”. Meu pai não admitia a explicação. Se justamente havia se tornado fácil, porque eu me entregava ao fracasso? Por que era arrastado para ele como para um bueiro? Por que a vagabundagem – leia-se desenhar, compor, pintar e dançar – doutor? Eles levaram um longo papo. E eu na minha, rabiscando inúmeros papéis. O psicólogo me perguntou se eu me sentia diferente. Respondi às vezes. Como? Me sinto mais burro. Muito mais burro. O resultado do seu teste foi de 135. Ele me falou isso com a intenção de me fazer um elogio. Na e

Dê Uma Olhada Bem de Perto...

"Um vendedor de sapato fetichista, um Papai Noel bandido, um presidiário bígamo, um funcionário correto que, depois de tanta porrada, decide trabalhar a favor de si mesmo. Clichês ambulantes suburbanos capazes, como qualquer um, de amar e perdoar e perder a razão. De tomar alguma decisão momentânea e acabar na editoria policial de um jornal popular. Curtos e secos e complexos - como a narrativa do escritor, calcada em frases diretas e ritmo ditado por imagens que, por sua vez, são ditadas por ações. Não há marasmo nessa vida cachorra; e se houver, cuidado, ele pode ser um bocado perigoso." Bruno Bandido, Escritor

Texto Contracapa Vida Cachorra

"Um texto forte, das ruas, que dói, sangra.Mariel Reis é desses escritores que surgem para tratar de mostrar que estamos sim escrevendo.Mesmo que a elite não tivesse contado com isso, mesmo que eles pensassem que não sabíamos nem ler.Estamos mostrando pra eles, para os intelectuais, para os letrados.Nós também escrevemos sim e não estamos mais pedindo pra entrar, estamos derrubando a porta.Mariel, faz seu corre e escreve sua trajetória." Alessandro Buzo, escritor"

Aquele Recado Lá da Cidade de Deus

"Vida cachorra somos todos nós em qualquer parte do mundo, em qualquer quarto da terra, em qualquer cama. O livro nos vai revelando nós mesmos. Cumprindo a função da Literatura que é a de aguçar a nossa imaginação e tornar fácil o se sentir no lugar do outro com todos os sentimentos nos dados pela História. Sua vida também é cachorra, já que fazemos parte disso tudo. " Paulo Lins

Um Recado Lá da Cidade de Deus Sobre o Livro Vida Cachorra

Acabei de ler seus contos. Fiquei muito feliz com eles. Vou tentar escrever agora. Vou te passar o e-mail do Ferréz e converse com ele sobre a publicação. Abraço Paulo Lins Autor do livro Cidade de Deus

Texto Contracapa livro Vida Cachorra

"Através desses contos, Mariel apresenta para a sociedade tudo aquilo que ela rejeita e que muitos escritores que estão na mídia graúda evitam escrever. Há aqui escórias, vagabundos, cúmplices de desgraças, putas e filhos delas. Todos com seus conflitos e complexos. São personagens difíceis de lidar. A gente sofre com eles, tanto pela desventura como pela construção. Precisa talento para tal empreita. E é isso o que o autor tem e tem de sobra. Boa leitura!" Sacolinha, escritor.

Gratidão

Vida Cachorra, meu novo livro, está revisado. David Dinamarco, meu muito obrigado. Está lido por leitores de toda ordem, qualitativamente essenciais naquilo que realizam, cada um deles em seu campo de atuação: Helena Ortiz, Alexandre Brandão, Luiz Horácio, Dora Locatelli, Rotsen Alves, Bruno Bandido, Nilto Maciel e Pedro Salgueiro. Muito obrigado a todos. O livro é fino. Cinquenta páginas. Outros tantos se aventuraram a escrever algo sobre ele e por questões de tempo - a vida anda corrida para todos - não conseguiram. Rodrigo Ciriaco, Allan da Rosa e Alessandro Buzo. Meu muito obrigado. Estamos firmes. Cada um em uma ponta. O círculo tem que se fechar. Para aqueles que dedicarão ao livro suas linhas, que na correria, mesmo entremeado pelos compromissos pessoais, se decidiram: vou tentar escrever alguma coisa. Sacolinha, Paulo Lins e Bruno Bandido. Estamos aí, meus parceiros. Para Marcelo Moraes Caetano, escritor de mancheia, revisor querido, também escalado para a tarefa, com presteza

Sobre Remoção

Muito obrigado, Nilto. "Olá, Mariel. Esse conto "Remoção" é muito bom. A construção das frases, o encadeamento, tudo perfeito, numa fala bem harmônica. A situação social como pano-de-fundo. A voz do mendigo em primeiro plano. A voz escondida da assistente social. Parabéns pela elaboração de mais esta peça. Abraço. Nilto Maciel"

Meu Novo Livro Vida Cachorra Tem Curiosamente Esta Epígrafe

epígrafe “a parrésia é uma forma de crítica tanto ao outro quanto a si mesmo , mas sempre numa situação em que o crítico encontra-se numa posição de inferioridade em relação ao interlocutor. o parrésico é sempre menos poderoso do que aquele a quem dirige a palavra. a parrésia vem “de baixo” e se dirige a quem está “em cima” . por isso, um antigo grego não diria que um professor ou pai que critica uma criança faz uso da parrésia. mas quando um filósofo critica um tirano , quando um cidadão critica a maioria, quando um aluno critica o professor, então utilizam a parrésia. na parrésia dizer a verdade é um dever.” foucault

Honrosa Opinião em Cativeiro

Reinaldo Ramos, curioso poeta e contista com fortes tintas filosóficas, a quem dediquei o conto abaixo me enviou o seginte comentário: "Tua prosa cheia de poesia Mariel, redescreveu o quadro com uma precisão minuciosa. Cobriu todos os aspectos implicados indiretamente, pra além da cena - ao menos aqueles que me sensibilizaram. Esse episódio me tocou profundamente, além de pessoalmente ser repleto de outros simbolismos. Identifico-me muito na liberdade cínica, em Díogenes no barril, no discurso parrésico. Disse tudo que eu pensei em dizer, melhor até do que meu próprio testemunho ocular e subjetivo. Admirável e incostestável sua verve. Quem dera tu me traduzisse sempre outros dramas fotogramados da minha memóra. Fiquei tão honrado quanto feliz. Abraço do amigo!Reinaldo Ramos" Agradecimentos ao amigo e grande leitor que me deu o mote para a criação do conto.

remoção

para reinaldo ramos não. meu cachorro, não. se ele não vai, não me interessa. abrigo? o meu é aqui, na marquise. obrigado, agradece ao sr. prefeito por mim. não me incomoda viver na rua, não senhora. assistência social? isso eu deveria ter tido quando nasci e minha mãe me abandonou. por que vocês se lembraram de mim agora? ah, porque estou aqui na calçada da madame? ela tem um palacete e não pode me ceder um pedaço da calçada? a rua não é da prefeitura? do governador? de quem é a rua? eu sou limpo, pode perguntar para qualquer um. não, senhora. droga eu não uso. bebo uma cachacinha de vez em quando. tô largando. uns bíblias conversaram comigo. é coisa do demônio a bebedeira. então é o demônio que me faz esquecer a minha desgraça, eu disse. eles ficaram um tanto sem jeito. me falam de jesus e não tocam mais no assunto de cachaça comigo. família? já tive. não deu certo. tem muita família que não dá certo, né? nem todo mundo é feliz como em propaganda de televisão. por que será? a senhora

Um Grande Contista e Crítico Literário Diz...

"Olá, Mariel. Como vai você? Pelo visto, sempre escrevendo. Admirável isso! Li os seus dois contos. Estão ótimos. O do rapaz que mata o irmão é de um naturalismo estonteante. Coisa de louco. O do homem que faz o patrão morrer engolindo dinheiro é de superlativo. Parabéns! Você está se saindo um novo Rubem Fonseca. Gostei mesmo. Você os mandou para simples leitura ou posso publicá-los no meu blog? Abraço. Nilto Maciel"

O Resto é Silêncio...

Abaixo um depoimento emocionado e emocionante do escritor Rotsen Alves que me faz a grave acusação de ser o único elo que ele possui com a arte que o escolheu. Meu amor e agradecimento a ele pelas palavras. "Existem uns caras que fazem microcontos... Um dia vou achar adjetivo para o que você faz meu irmão. Ou talvez seja uma grande babaquice minha tentar ficar adjetivando, arquivando, achando lugar para as coisas, mas fazer o que, meu lado barbara heliodora é muito forte... Já disse que seus contos para mim parecem trechos de algo maior, já disse que alguns são crônicas (é finalmente você concordou), mas agora, acho que acabei descobrindo o que você faz, o que você é, você é um escritor-fotografo , você congela um momento da vida, dispara seu flash (é assim que se escreve?). Ler um "conto" seu é parecido com ver uma fotografia do sebastião salgado, ou daquele outro que não lembro o primeiro nome mas que o sobrenome é teixeira, acho que é evandro, disse parecido porqu

engano

ela não era mulher. quem se importa. pra mim era. pros outros, vão ao diabo. o delegado não sabe? coração a gente não manda. a danada foi entrando, entrando e se instalou. não saiu mais. como a gente se conheceu? foi em um arrasta pé. tava bonita aquela noite. vestida de festa. a mulher mais bela que já vi. sem brincadeira, doutor. eu, não desconfiei não senhor. que homem, no meu lugar, desconfiaria? dificil. tirei pra dançar. os olhos gordos dos outros pares me comiam a nuca. pele macia. a voz rouca. de gritar com as crianças, ela me convencia. são dois. um de três e outro de oito anos. dali a mais tempo, me deu endereço. passava pela rua, piada. mandava para o quinto dos infernos. gente desocupada. e vivia a minha felicidade. a noite toda me refestelava. saía de manhã para o trabalho. comedor de veado, um negro forte, sai de perto de mim. e se não saísse me esmurrava. despeito. à noite, perguntava a ela que história era aquela. me sorria tão bonito. me esquecia do caso da briga. vamo

despejo

“não tem nada não seu doutor/ vou sair daqui /pra não ouvir o ronco do trator” adoniran barbosa tomei a mão da menina. a poeira subia. a demolição não tardaria acabar. local irregular para construção. a menina abandonada pela minha filha mais velha. agora sou a única mãe que ela conhece. sem casa, sou obrigada a viver na rua. mesmo velha. juntei na trouxa as roupas, duas ou três panelas. e meter a perna no mundo. já, dos cinquenta, já passei. o engenheiro distribui um formulário. sorteio das novas casas. vai demorar, avisa. como preencher, sou analfabeta. minha vizinha que teve a casa derrubada, me faz o favor. a marquise do banco inteligente da propaganda vai virar abrigo nosso. o caminhão leva embora os destroços dos barracos. a draga bota no chão outro. é até bonito, mas dói saber que ali morava alguém que a gente gostava de prosear. não tem jeito. casa agora é a rua. minha menina brinca com o lixo. perna de boneca, colchão, vaso sanitário. os cachorros reviram tudo atrás de comida

espírito natalino

para moacyr scliar os moleques não dão folga. papai noel!papai noel!dou uma risada sem graça e sigo meu rumo. o calor desgraçado da roupa mata qualquer um. dezembro é assim mesmo. todo mundo receptivo ao velho com o saco nas costas. nem os canas me páram. tiro fotos com gente de toda idade. posso sentar no seu colo papai noel? pode. muita mulher velha quer fotografia com o bom velhinho. uns garotos enxeridos perguntam – o que tem aí no saco, noel? – nada, menino bobo. a mãe retira a criança de perto. não vê que é um homem fantasiado. o guri sai decepcionado. de outra vez, um acidente. armado, papai noel? a cidade é muito violenta, filha. muito ladrão. mãe, o papai noel tá armado. deixa de dizer besteira, vamos embora. coloco a minha cadeira na praça, de frente a loja da encomenda. às vezes a multidão não me permite ver direito a movimentação. meu filho pode tirar foto com o senhor? pode. o celular toca. como é, fez o serviço? e ele morto? desligo. vai amolar a mãe. o sujeito não tem id

transplante

meu pai em uma cama de hospital. o médico tinha uma só palavra na boca: transplante. apontou para o velhote que dormia no leito ao lado, três anos de espera. a fila era grande. restava ter paciência. muitos morriam à espera do órgão. o governo com propagandas para doação, artistas de televisão incentivando o individuo. mesmo com toda a parafernália em torno. o número de familiares que permite, a retirada dos órgãos da vítima de acidente ou morte cerebral para salvar a vida de outra pessoa, é pequeno. o médico me explica. meus olhos não abandonam meu velho. não era justo. perguntei como se comprava um rim, um coração ou pulmão. o médico me alertou que custava muito dinheiro no mercado negro e que na maioria dos casos, os órgãos vinham de mortes encomendadas, em sua maioria de jovens. assassinados nas regiões carentes da cidade, verdadeira chacina. ele me recomendava tirar isso da cabeça, orar para a recuperação de meu pai, para a reversão do caso. pedir um milagre. eu não tinha forças p

sueli

às vezes ele me bate. não é toda noite, não. só quando não trago dinheiro. aí ele se zanga, porque tem muita mulher doida por ele e que se eu não fizer minha parte, posso dar adeus. eu não complico. enquanto ele fala, vou para o banho. me livro da catinga dos outros homens, me produzo. ele, lá, na cama, reclamando. xinga mesmo. bate na cara da tua putinha. abro o zíper e uma chupetinha rápida dobra o malandro. com uma boquinha de veludo dessas e você tá dura. não entendo. o papo muda. a viração não deu muito. otário tá em extinção, sentencia. amanhã você vai faturar mais pro seu amorzinho, não vai? belisca a minha coxa. sim, meu amor. amanhã tem mais. ele dá umazinha mixuruca. finjo. vai garanhão. vai, mete fundo, na sua suelizinha. no fundo, um outro cliente. de outro tipo. praquele que a gente abre as pernas com prazer. e a gente é que paga. minha mãezinha, ele geme. minha mamãezinha. me castiga. morde o bico do meu peito. refeito, veste a roupa. me avisa que volta amanhã. nada de a

indigestão

é foda. um dia eu estive do lado lá. você duvida? tem razão. quem me vê hoje esculachado, vestindo qualquer merda, não desconfia que fui rei. mandava a vera. roupa da hora, carro do ano, metranca no porta-mala para as eventualidades. pistola na cintura. mulher a dar com pau. a vida dá voltas. um malandro comparou com uma roda gigante. um dia lá em cima e outro cá embaixo. trabalhava no carro da brink’s. transporte de valores. asseado, barba e bigode aparados. o peito estufado. protegendo patrimônio alheio com a própria vida. minha mulher orgulhosa de lavar meu uniforme, preparar minha marmita. engraxava até virar espelho minha botina. tinha capricho. pois é. aí o papo mudou. o patrão me promoveu. supervisor. gostava do meu trabalho. era o que o filho da puta dizia. e eu acreditava. o dinheiro melhorou. comprei uma caxanga perto dos meus coroas, vestia meus filhos bem e minha mulher como rainha. conferia e despachava tudo nos conformes. mandava os outros embora, não aceitava corpo mole

Opiniões Convergentes Sobre o Conto Amor Filial

"Caramba, moço. De tirar o fôlego. Essa pontuação me fez lembrar do Marcelino . Ela exige horrores do leitor, mas, por outro lado, e estranhamente, dá leveza ao texto. Bacana. História trágica, bem contada. Abraços, Alexandre Brandão" "Velho Mariel! A ferro e fogo. Eis um conto superior. Já estava com saudade. Me lembrou um pouco Marcelino Freire. Conheci-o na Feira de Literatura de Recife. um grande abraço. Mariel ataca. Literatura em alta. grande abraço Helena Ortiz" "Quanto ao texto que me enviou, eu o li no teu blog. Um texto que nos leva à lona - muito embora não seja poema. A crueza, a frieza e busca (que o leitor faz) por justiça são componentes importantes para o conto. Gostei muito. Sobre o conto que estou escrevendo, ele é ambientado na baixada. É fora da proposta? Grande abraço. David Dinamarco" Aos três leitores e grandes contistas, obrigado pelas opiniões.

amor filial

era meu irmão. eu não queria matá-lo. não foi minha culpa. minha mãe é doente como o doutor pode ver, não bate bem. o juízo fraco. engravidou de nós dois, meu irmão deve ter tido menos sorte. herdou o miolo mole da velha. a minha vida era cuidar dos dois. tropecei algumas vezes, ninguém é de ferro. com a vida dura dei para puxar fumo, na esquina, com a rapaziada e descuidei. os canas me deixaram na geladeira como viciado um bocado de tempo. minha mãe sem notícias. meu irmão correndo nu pela rua. cagado e mijado. sem ninguém para cuidar. isso dói, não é mesmo, doutor? saí da cana dura, prometi me emendar. arrumei emprego em um boteco que servia pratos feitos, perto de casa. o dono era conhecido da minha mãe, foi fácil, me conhecia desde criancinha. os policiais não me perturbavam. tudo estava correndo calmamente, sem alteração. quando tudo está assim muito parado, é aí que se agita o inferno, rezava a minha coroa, com o juízo desanuviado. meu irmão, somos gêmeos, univitelinos, cara

Trecho do Conto de André Ferraz Para Uma Certa Antologia...

O herói do dia “O garoto reconhecia nos dois amigos uma nova forma de bem-aventurança. Os vagabundos iluminados da Pavuna reuniam-se periodicamente na Praça Copérnico, lendo alguns tantos de Jabor, outros tantos de Cony e mais tantos que a cabeça não conseguiria selecionar numa estante. Um dia surgiu o convite. __Vamos lá em casa para te mostrar umas músicas minhas! Vínhamos pela Rua Netuno até o colégio Telêmaco conversando sobre filosofia e questões similares. Minha mente sempre acelerada, porém com uma memória privilegiada, faziam-me procurar entender o mundo deles! O que evitava julgamentos precipitados. Um, romântico; duma nobreza medieval, quase um paladino e o outro, uma figura, que parecia não pertencer a nada terreno! Fui então com o extraterreno até sua casa habitada por alguns visitantes – ratos - como chamava... Nessa época aprendi a ser homem, saia da adolescência e procurava um sentido para minha vida. Escolhi cursar Letras e escrever algo que me dignificasse!”