Ramal Santa Cruz-Central do Brasil

Fotogramas 
16/09/2015


1. Dentro do trem. A cristandade discutida. Dois bíblias. Insistem na nudez para trajar o próximo. Revoltam-se com o grau de egoísmo de ambos. Insurge-se uma senhorinha: “Não senhores, não quero ver ninguém pelado. Pode ser generosidade dar a roupa a um descamisado, mas andar nu é atentado ao pudor.

2. A minissérie é o assunto. Uma fala obviedades – o passaporte retido, moças iludidas, prostituição. A outra ouve, calada. Olhos brilhantes. Um terceiro reprova o gosto por facilidades. A mulher calada toca o braço da outra e segreda: “Elas sabem viver em pecado. Até eu que sou crente fico mexida”. A que mais falava, pergunta: “Mexida como?” A mulher calada, agora tímida, pousa a mão no baixo-ventre.

3. Dois travestis. A vestimenta é sóbria. Um deles se prostitui em um bairro ao longo da linha férrea. Em uma noite sem movimento foi abordado por um sujeito. Julgou ser um cliente. Era um ladrão. Tratado como mulher durante o assalto não reclamou. E quando o ato criminoso se desdobrou em violência sexual com tempero de brutalidade masculina agradeceu a Deus. O ladrão começou a apalpá-lo. Estranhou a não resistência. Devolveu os pertences ameaçando de morte o pobre rapaz se divulgasse o engano.



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