Observações sobre o cenário da política brasileira




A reeleição [de Dilma] já representava, com as denúncias de corrupção, descrédito para o país em relação aos investimentos estrangeiros e nacionais.

Lembremos a desconfiança dos industriais paulistas. O impeachment é a única saída para a crise. Não é inédita a sua utilização. Entretanto, Eduardo Cunha, um provável candidato à presidência pelo PMDB em 2018, mede as suas consequências. 

Se Michel Temer subir ao poder, com a saída de Dilma, as críticas lhe serão transferidas e,pior, ele não terá tempo para a reversão dos erros cometidos por sua antecessora. E, com o intento da disputa presidencial, não se arriscará a um desgaste da imagem partidária – por si mesma, em sua associação com o partido petista, bastante arranhada. 

Expostos os fatores, creio que o PMDB não apoiará a reivindicação de saída da atual presidente. Dilma, com todos os seus erros, precisa estar lá para municiar a oposição e fornecer dados inequívocos para a deposição do PT de uma vez por todas.

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As análises políticas veiculadas pelos jornais não suscitam a corrida presidencial de 2018.

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José Dirceu é um dos mais prejudicados com as atitudes destemperadas de Dilma. O ex- ministro da Casa Civil, exposto pelo escândalo do mensalão, arquitetou um plano de poder para o Partido dos Trabalhadores de trinta anos. O tempo necessário para recuperação de sua credibilidade política – vide Collor – inocentado pelas manobras do partido que estaria no controle das instituições responsáveis pelo julgamento. 

Assim, o ex- ministro realizaria seu sonho da sucessão presidencial: tornaria-se  o mandatário número um da República. Desfeita as ilusões, devido ao insulamento do mentor do esquema criminoso para perpetuação do PT no poder, não é disparatado que a revolta -, mais forte do que o bom senso -, contra Lula, instalada em sua consciência, embora calada, adquira contornos menos agradáveis do que da cumplicidade – nem sempre silenciosa – do colaborador petista. 


Dilma reduziu a metade o tempo almejado e construído pelo petista. Marta Suplicy, com o slogan Volta Lula, parece confirmar a impressão. Um dos jantares oferecidos pela senadora ao presidente de honra do PT acabou com a revelação de que Lula estaria insatisfeito com a postura de Dilma. A direção partidária tratou de desmentir o vazamento – ou indiscrição de Marta – para salvar as aparências. No entanto, Marta Suplicy, no jornal Folha de São Paulo, escreve um libelo contra o próprio partido que a fez politicamente, aprofundando as divergências  e as rusgas com a ex-patroa.


Comentários

Jardel disse…
O cenario politico atual e assustador

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