Exceções Propositais : uma crítica sem amarras

O comportamento da crítica, sem anulá-la em seu majoritário serviço pecuniário, deveria repousar sobre a identificação de vetores de cultura. Embora atrelada a compromissos corrompedores de sua natureza - supostamente livre - , a crítica literária, despida de um certo dirigismo,em vezes de independência, olharia mais à margem do que a margem eleita como oficial, com menos contaminação ideológica - impossível livrar-se dela quando os órgãos formadores dos profissionais atuantes não permite, em seus departamentos, impostura. E se ela se dá, os mecanismos de correção ou chantagem resolvem o problema de enquadramento do indivíduo problemático. O meu modesto exercício crítico, repousado em inovações, nem sempre enxergadas, abriu demais o horizonte apreciativo, porque no blogue Paralelos, hospedado pelo sítio O Globo, escrevi,antes mesmo de implementação no suplemento impresso da prática, sobre livros virtuais como o de Ana Paula Maia, Entre Rinhas de Cachorros e Porcos Abatidos; além dele, no mesmo espaço, escrevi sobre um livro de poemas inédito de Jefferson Alves Vieira. Outra iniciativa, cuja independência intelectual, em uma revisão sobre uma trajetória feliz - não por importância, porque esquiva, mas, como um apontamento para uma direção mais saudável do comportamento avaliativo - , revejo o livro Guerra na Bósnia, de Claudinei Roncolatto, da Bibliex, cujo valor descoberto se deu a liberdade intelectual de que gozo, sem descaracterização de certos preceitos políticos. Agora, por exemplo, me orgulhou bastante escrever sobre R.F. Luchetti oriundo de uma literatura comercial, massificada e de entretenimento; embora , nessa seara, em outra perspectiva, tenha eu escrito sobre Luis Eduardo Matta. Nunca exerci a crítica profissionalmente; talvez a independência, essa minha exigência, dependa de inúmeros fatores fora do poder do resenhista. Entretanto, não custa examinar as coisas sob um ponto de vista improvável. Não abrirei mão de caminhos inusitados, quando valerem a pena, mas, sonho que as regras do jogo permitam uma maior flexibilidade para as exceções propositais.


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