O Carnaval do Partido dos Trabalhadores
O
desagravo à Petrobras promovido por Lula, no Rio de Janeiro,
degenerou em violência. Militantes petistas agrediram os
manifestantes que pediam a saída de Dilma do poder. As imagens
circularam pelos principais jornais do país. Na tentativa de
inversão de perspectiva, as MAV's [militância em ambientes
virtuais] se esforçam pela falsificação da realidade. Lula não
se pronunciou a respeito dos conflitos. Acusou os opositores e os
insatisfeitos com o governo petista de golpistas. Acrescentou, ainda,
que se era uma guerra colocaria seu exército nas ruas,
referindo-se a João Stédile, dirigente do Movimento dos Sem
Terra. Em artigo anterior, no livro Cidade Tomada, eu citava a subvenção
federal aos movimentos sociais que serviam de poder paralelo ao
governo, quando necessário às suas manobras – uma milícia
clandestina cuja folha de pagamento estaria no colo do poder. O
ex-presidente Lula, em sua fala, confirma a necessidade do desmanche
dos movimentos sociais oportunistas, acenando para uma
reestruturação da concepção da reforma agrária; com o
atendimento à população interessada na manutenção democrática
do país, excluindo do cadastro todos integrantes das fileiras
clandestinas seguidoras do plano de boicote a ordem. A reunião do
tal exército não se deu. O que Lula quer? A conversão do país ao
socialismo, à força, com o assalto camponês? A dor de
cabeça do impeachment parece afetar a todos, no entanto, com maior
contundência ao Partido dos Trabalhadores, que, em clima de fim de
carnaval, canta: “Daqui que não saio/Daqui ninguém me tira”.
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