SORTE evita fiasco da Seleção Brasileira

A campanha brasileira pelo título mundial é repleta de reviravoltas. As mudanças não podem ser atribuídas a equipe ou ao técnico, mas a sorte. Nem os jogadores, nem a comissão técnica podem mais nos surpreender nos jogos restantes. A seleção brasileira mostra-se despreparada até mesmo em fundamentos como o penâlti. Não deve restar mais dúvidas de que o Brasil não produz mais os melhores jogadores do mundo. Isto explica a humildade de Neymar no Barcelona quando reconhece que Messi é superior. Ele não está sendo modesto ou gentil com o companheiro de time, está dizendo a verdade.

As atuações do jogador contra seleções fracas parece aos comentaristas razoável – para os comedidos; e para os ufanistas, aqueles que não aceitam a realidade e não se conformam por não terem em campo jogadores como Pelé, Gérson e Tostão, tacham o garoto de gênio. O que é um exagero, se não for uma mentira. A imprensa esportiva é irresponsável quando afirma sobre um atleta aquilo que ele não é. Entretanto, a seleção brasileira não é só Neymar.

Os outros jogadores estão todos abaixo do esperado, cometendo equívocos próprios de amadores, diferentemente das atuações em seus times na Europa. Talvez o esquema tático de Luiz Felipe Scolari não seja o ideal para o elenco. A verdade que a imprensa esportiva não quer dizer para não parecer antipática com o mundial sediado no país é que os dois responsáveis pelo escrete canarinho – Carlos Alberto Parreira e Scolari – estão defasados. E a sorte é a responsável por colocar o Brasil nas quartas de final.

Não há meio de campo na seleção brasileira. Oscar não pode ser o único meia-armador dentro de uma seleção. Luiz Gustavo, volante, faz o que pode dentro das suas características; Ramires, também. Paulinho não acerta nada. Hernanes é preterido pelo técnico que é um apaixonado por um esquema de jogo truculento, violento e recuado. Os zagueiros estão em boa fase, mas não podem ser o referencial do time, apesar de representarem a filosofia do professor Scolari. Fred não deveria estar na Copa. Jô é ineficiente. Allan Kardec, melhor que os dois, não foi levado por Felipão.

O banco de reservas para centro-avante não é promissor. Não há nada promissor na atual seleção brasileira, agora com Luiz Gustavo suspenso por ter dois cartões amarelos, as possibilidades são tão poucas que as especulações acerca de sua substituição passam por tornar Davi Luiz , um meia, quando tem atuado como zagueiro e Dante substitui-lo na posição ao lado de Tiago Silva. As outras combinaçõe possíveis passam por Hernanes, Paulinho e Ramires; inclino-me por um meio de campo taticamente eficiente do que marcador, optaria por Hernanes.

A imprensa esportiva esforça-se para ser favorável à seleção brasileira, elegendo closes, palavras de ordem e outras inutilidades para o convencimento do público de que está diante de um grande espetáculo quando as apresentações são pífias. O sorteio favoreceu o Brasil, porque a chave em que caiu, permitiu ao time avançar além da primeira fase e das oitavas. Se a seleção brasileira caísse em uma chave em que a Holanda ou a Costa Rica estivesse presente, já não estaríamos na disputa do campeonato. A Colômbia possui um jogador excepcional, James.

É um time rápido, articulado, com ótima comunicação entre os jogadores. Será um adversário para o Brasil pior do que foi o Chile. Não acreditava na vitória brasileira pelo desarranjo exposto acima, mas o futebol é surpreendente e a sorte pode se colocar de um ou de outro lado do campo. É difícil prever com exatidão eventos dentro das quatro linhas.

Se a seleção brasileira não cair agora, prosseguindo no Mundial, é uma injustiça com o futebol de outras equipes visivelmente superior ao dela que já abandonaram a competição. A minha torcida é pela derrota do Brasil. Este futebol não é o nosso, esses atletas não podem ser representantes de um Dirceu, de um Jairzinho ou de um Amarildo. Não podem ser representantes de Denílson, Romário e Rivaldo. Não, eles não o são, realmente. Luiz Felipe Scolari mesmo sendo um vencedor, nunca será um poeta como João Saldanha ou Lazaroni. Os vencedores são esquecidos, porque são sobrepostos por outras conquistas, mas sempre haverá quem lembre dos poetas.  

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