Mirante,platô e ponto de observação.
Estes são personagens de uma obra de ficção, qualquer semelhança com a vida real terá sido mera coincidência
Lembrança da casa
Ilha parada no centro
Ancorada na carne da cidade,
Desfeita pelos olhos:
Dentro do poema
Da própria voragem.
Comentários
Anônimo disse…
É possível que a moderna poesia brasileira tenha valores nos quais se possa depositar a confiança, mas não os tenho lido com a devida preocupação para mapear os caminhos em que possam desembocar. Lendo esse poema não resta dúvida que se estiver em mãos qualificadas como esta teremos uma tradição com qualidade mínima garantida.
As comunicações dominicais de Alexandre Soares Silva possuem uma leveza ou uma disponibilidade de espírito possível apenas a um sujeito rico retirado do mundanismo paulista ou com uma inequívoca iluminação obtida com iogue em um ashram na terra dos bandeirantes em que feitos assim são comuns a um grupo escolhido. Outro ponto prejudicial às comunicações é a recepção manifestada por uma parcela dos assinantes com a intenção de popularizá-las. Em uma delas, a contraposição do romance realista com o romance de fantasia, uma observação correta sobre a transcendência do último sobre o primeiro pela presença do sobrenatural, é estragada. Alguém disse, em algum lugar, que a literatura d esse tipo é otimista pela presunção de um mundo espiritual, ainda que terrível. A hipótese da riqueza de Alexandre Soares Silva não é absurda. A recorrência ao termo aristocracia em suas entrevistas reunida a gola rolê - prefiro a denominação chique turtleneck - peça presente no vestuário masculino europeu ...
O calor das ruas estava insuportável. O bairro de Botafogo asfixiado pelo trânsito e sirenes, os prédios esgueirando-se para chegar ao céu como a Torre bíblica, e, nas janelas a existência congelada de uma parcela da população aposentada, desempregada, ou, simplesmente de homens que apenas observam a paisagem móvel e multicolorida, instantânea das multidões. A multidão, este monstro, arrastando-se pelas ruas, desatinada e intranqüila, desaguando nas portarias dos edifícios, escoando pela abertura dos bares, lojas e shoppings como por um ralo que mais a frente confluísse para uma nova rua e sistematicamente tudo isso voltasse a acontecer. Meu olho fixo no chão, empurra para trás a saudade da minha terra, longe, de infinitos horizontes, onde repousa o homem na sela de seu cavalo, sentindo o vento frio das cordilheiras, acossado pelo sotaque dos vizinhos. Lembranças que carrego comigo dentro dessa metrópole, nessa cápsula que é o meu corpo a me conduzir como um estímulo nervoso pelas célu...
Duas Palavras Sobre o Ensaio Não há acordo em torno da definição do que é ensaio. Embora permaneçam contradições acerca de suas características e objetivos, decidimos por situá-lo como um texto literário breve, situado entre o poético e o didático, expondo idéias, críticas, reflexões éticas e filosóficas a respeito de certo tema . É uma definição elástica o bastante e permite-nos a condução do assunto para as suas origens. A primeira vez em que se ouviu falar a palavra ensaio foi através do escritor e filósofo francês Montaigne que assim intitulou uma de suas obras, Ensaios, publicada em 1580. Outra ocorrência da mesma palavra se dá na Inglaterra, em 1597, com o filósofo Francis Bacon, publicando obra homônima da de seu companheiro de profissão. Há, naturalmente, divergências quanto ao surgimento do ensaio e muitos não hesitam em apontá-lo já presente, como forma, na Antiguidade, representado por Platão, em seus Diálogos, cabendo a Bacon e a Montaigne não apenas a classificaç...
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