Cid Gomes e o brasileiro

A maledicência, dentre todos os povos, parece ser uma arte brasileira. E o brasileiro um aleijado emocional. Explico, antes do apedrejamento. Cid Gomes, ex- ministro da Educação, do governo de Dilma Rousseff, atraiu sobre si a ira de inúmeros professores quando pregou o desinteresse pecuniário dentro do exercício da profissão. Na ocasião, vaiado, alvo de campanha difamatória e objeto de expurgo de um ministério do qual parecia ter compreensão mínima ou mesmo nenhuma. Contudo, o franciscanismo apregoado por Cid Gomes apesar de ter provocado revolta pareceu, ao governo, um rumo correto a ser explorado e ele foi mantido no cargo, apesar dos protestos percebidos em redes sociais e em manifestações realizadas pelos professores. Nessa ocasião, falou-se mal do ex-ministro da Educação, comprovando nossa vocação à maledicência. Entretanto, a redenção e a redimição do personagem, aos olhos do mesmo povo, surgiu quando nessa semana, em pleno Congresso, Cid Gomes taxou de achacadores todos ali presentes, sendo , após a ação temerária, destituído do cargo. A ação gerou comentários positivos a favor dele de todos os setores, inclusive daqueles insatisfeitos com a atuação do ex- ministro da Educação. A única maneira de enxergar o brasileiro, diante de caso semelhante, é chamá-lo de aleijado emocional, porque não sabe, exatamente, qual o procedimento de adoção para a administração de suas emoções ou, se procura controlá-las, age com mau-caratismo em uma oscilação que demonstra um desequilíbrio ético. Não é estranho o brasileiro? 

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