A Comuna da Papuda

A possibilidade de uma guerra fratricida, repetindo, em menor escala Canudos, reprimida pela desconfiança da restauração monarquista em plena República, inverte-se,agora, trocando o monarquismo pelo socialismo. Embora Euclides da Cunha, o principal relator do conflito, em sua obra máxima Os Sertões desfizesse o equívoco da intenção do retorno imperial como o pretendido pela população do arraial de Antônio Conselheiro, realizando sua mea culpa; é impossível a sustentação da penitência de Lula e do Partido dos Trabalhadores. O ato de desagravo à Petrobras, cercado de violência, com a promessa de um exército, capitaneado por João Stédile, em caso de impeachment da presidente Dilma é alarmante. Por dois motivos lógicos: o primeiro, por ser o impeachment um instrumento legal para a intervenção na vida democrática do país; a criminalização de sua utilização pelos correligionários do governo quer invalidá-lo como dispositivo, apenas no caso de petistas. Se tal lógica persistir, se à ferramenta legal for negado valor jurídico, Fenando Collor deveria ser reconduzido à presidência da República. O segundo, e último, é a chantagem, feita pelo ex-presidente Lula, de um sequestro da democracia brasileira, com a ocupação dos Sem Terra, como força paramilitar, para garantia do cumprimento de mandato da atual presidente. A alegação de força paramilitar não é descabida para os Sem Terra (MST) porque a grande imprensa noticiou treinamentos propiciados ao grupo por oficiais venezuelanos. Canudos, em sua redimição, se deparou com Euclides da Cunha; antes um antagonista republicano repleto de fanatismo. Os governos Lula e Dilma, nos registros históricos, terão igual sorte? 

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