15 de março de 1985 outra vez
Em
todo país as manifestações sinalizaram ao governo a urgência de
uma reforma política e uma revisão do sistema de presidencialismo
de coalizão preconizado pelo governo petista ao longo dos mandatos
de Lula e Dilma. As estratégias conhecidas como mensalão e petrolão
surtiram o efeito indesejada – vir à público - , mostrando o
custo da governabilidade e o cinismo de um partido de esquerda que
rogava para si o epíteto de ética e transparência como diferencial
diante dos adversários. O improvável impeachment de Dilma
desconfortou a maioria que integra os governistas; a militância,
acuada, adotou a estratégia de golpismo diante dos protestos da
população para intimidá-la, utilizando-se de chantagem para
conservação do imobilismo dos protestantes. Em um cartaz das
passeatas um dito: “ Um país mudo não muda”. Mesmo diante da
animosidade do governo, a população foi às ruas para mostrar
descontentamento. A despeito daqueles que exigiram a intervenção
militar – bem poucos, aliás, - todo o protesto transcorreu sem
transtornos, sem violência. Muitos alegam que a saída da presidente
Dilma beneficiará o PSDB; o sofisma espalhou-se pelas redes sociais
e contaminou uma parcela de pessoas. Sem histeria, examino a
afirmação e a considero falsa – para não ajuizá-la
corretamente. O vice-presidente não pertence ao PSDB; o presidente
do Congresso tão pouco; e o presidente do Senado muito menos. Em um
caso extremo, examinemos o Supremo Tribunal Federal, uma instituição
apartidária : constatamos que ainda não pertence a nenhum partido
político. A disseminação da mentira quer garantir ao governo
petista o poder. O lema de campanha de Lula, invertido pelo próprio
partido dos Trabalhadores, serve como uma advertência: “É a luta
da esperança contra o medo”. A esperança está ao lado do povo e
o medo já sabemos de que lado está.
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